O Instituto Butantan, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, publicou os primeiros resultados do ensaio clínico da fase 3 da sua vacina contra a dengue. O imunizante, feito com os quatro vírus atenuados, de dose única, evitou a doença em 79% dos vacinados ao longo de um período de dois anos, protegendo tanto quem já tinha tido dengue como aqueles sem infecção prévia.
A divulgação do estudo fortalece a possibilidade de aprovação da vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A análise de eficácia do imunizante foi feita ao longo de dois anos de acompanhamento de 16 mil voluntários de todo o Brasil, com idades de 2 a 59 anos, em 16 centros de pesquisa.
A proteção foi observada em todas as faixas etárias, desde crianças a idosos. A maioria das reações adversas foi classificada como leve a moderada, sendo as principais delas dor e vermelhidão no local da injeção, dor de cabeça e fadiga.
Uma vantagem da candidata a imunizante do Butantan é que uma dose foi suficiente para fornecer proteção robusta contra a dengue, enquanto outras vacinas aprovadas exigem duas ou três doses. Nas quatro primeiras semanas de 2024, foram identificados quase duzentos e dezoito mil casos prováveis da dengue, com 15 mortes confirmadas e 149 sob investigação.
A maioria das pessoas que contraem a dengue não tem sintomas; outras, apresentam febre alta, dores de cabeça e no corpo, náuseas e manchas vermelhas na pele. Alguns pacientes podem desenvolver formas graves da doença, também conhecidas como dengue hemorrágica ou síndrome do choque da dengue, que acometem principalmente quem passa por uma segunda ou terceira infecção.