O Brasil deverá, em breve, retomar o grau de investimento, classificação concedida por agências especializadas que garante o aporte de mais recursos estrangeiros no país. A previsão é do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Ele participou, na sexta-feira (9), de uma conferência com oficiais do Exército, na Praia Vermelha, na cidade do Rio de Janeiro.
As informações são da Agência Brasil.
“A chave já virou, nós estamos tendo recuperação em todos os indicadores e já merecemos uma reclassificação de nota de risco pelas agências de rating [risco]. Eu não tenho dúvida de que nós estamos caminhando na direção do grau de investimento”, destacou o ministro, para uma plateia formada por oficiais superiores, na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, entidade responsável por formar os futuros generais e comandantes militares.
O ministro citou como exemplos favoráveis a aprovação da reforma da Previdência na Câmara e as novas concessões na área de infraestrutura (portos, aeroportos, ferrovias e rodovias). Segundo ele, tudo isso deverá atrair mais recursos estrangeiros para o país.
No setor ferroviário, por exemplo, deverá haver um aumento expressivo no volume de cargas transportadas nos próximos anos. O ministro apontou projetos e investimentos no transporte sobre trilhos que deverão unir o país de ponta a ponta, com a integração entre malhas ferroviárias já existentes e outras em construção. Esses projetos deverão possibilitar o escoamento da produção agrícola, industrial e mineral, com maior rapidez e menores custos.
“É um aumento de capacidade que vai levar a participação do modal ferroviário no Brasil dos atuais 15% para 29% a 30% em oito anos. E aí a gente vai reequilibrando a matriz [de transportes], proporcionando oferta e jogando o frete para baixo”, destacou. Tarcísio Gomes lembrou a recente concessão de dois trechos da Ferrovia Norte-Sul, entre Porto Nacional (TO) e Estrela D´Oeste (SP), vencida pelo grupo Rumo S.A.. A ferrovia vai ligar o Porto de Itaqui, no Maranhão, ao Porto de Santos, em São Paulo, formando a espinha dorsal da malha ferroviária brasileira, que futuramente conectará Rio Grande (RS) a Belém (PA).
O ministro também abordou os investimentos que vão ocorrer a partir dos leilões de campos de petróleo, da entrada de novas companhias aéreas, e das concessões no sistema de cabotagem. Essa navegação interna e pela costa, hoje restrita a empresas brasileiras, deverá ser aberta a grupos internacionais no futuro.