A água está inserida na criação do mundo. As manchetes e imagens publicadas esta semana com as inundações em Sorocaba servem para refletirmos aqui na sua lição de poder da natureza. Avenidas alagadas e as paralisações de trânsito mais uma vez acontece frente aos nossos olhos, sem que possamos reagir. Ficar parado e aguardar a água baixar o nível para transitar é uma verdade tão simples que deveríamos aprender com essa manifestação da vida. Quantas pessoas sofrem infarto ou AVC-acidente ,vascular cerebral, por não observar os sinais do tempo e parar de correr em busca de desejos materiais. 

Segundo a Bíblia, toda a criação do mundo começou com as águas: “A terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus se movia sobre a superfície das águas” (Gênesis 1,2). E era através da distribuição das águas que o israelita via a ação benéfica e justiceira de Deus. Toda a sua vida dependia da queda das chuvas; por isso associava sua esperança à intervenção divina nas chuvas, como por exemplo, se expressava no Salmo 104: “Minha alma bendizei a Javé. Javé, meu Deus, como sois grande! (…). Fazeis brotar fontes nos vales e escorrem entre os montes; dão de beber a todos os animais do campo (…). De vossos aposentos irrigais os montes, com o fruto de vossas obras saciais a terra” (Salmo 104,1.10.11.13).

Faço esse parêntese com os ensinamentos bíblicos porque, mesmo àqueles que não creem e torna racional o seu jeito de agir e fica parado nas enchentes à espera da água decidir a sua passagem. É aí que a pessoa crê e se convence da sua dependência da natureza divina. O carro do ano não passa e nem o carro antigo. Os ônibus ou caminhões ficam impotentes. Basta ver as barreiras que despencaram no Paraná, dias atrás. 

Na tempestade de segunda e terça-feira, 5 e 6 de dezembro, tive a minha casa invadida pelas águas que transbordaram as calhas entupidas por folhas. Nunca tinha passado por essa experiência de ver em segundos mais de uma dezena de pontos de goteira de pingos invadindo o nosso espaço familiar. A tranquilidade diária deu lugar à busca de solução, nem sempre fácil e rápido. É uma lição da natureza que aprendemos a perceber e como devemos ser dependentes de Deus. As nossas forças humanas são limitadas. 

Navios de Cruzeiros Marítimos navegam em águas mansas do mar. Milhares de turistas se divertem. Tudo vai bem até que as ondas se enfureçam e agite os navios. A calmaria da viagem se transforma em uso de remédios para ânsia e outras manifestações físicas. Enquanto vivermos o tempo de Natal que se aproxima com foco apenas nas comemorações antecipadas de barzinhos e, sem que entendamos o significado dessa celebração, seremos enfraquecidos pelas tempestades da vida, ansiedade, egoísmo, individualismo, prepotência, se julgar o dono do mundo, ostentar poder passageiro, entre outras doenças mentais que carregamos e nos torna enfermos.

Aos nossos leitores, desejamos um tempo de preparação para o Natal com sabedoria e discernimento para enfrentar as tempestades.

Vanderlei Testa (artigovanderleitesta@gmail.com) Jornalista e Publicitário