26 de Abril de 2024
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Colombiana suspeita de participar de esquema de tráfico internacional de drogas é presa em Sorocaba

Foto: divulgação
Postado em: 20/10/2021

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Atualizado em 21/10/2021

Obs: Foto da reportagem alterada a pedido, pois a casa que aparecia antes não é a que ocorreu a prisão da suspeita em questão 

 

Uma colombiana suspeita de integrar um esquema de tráfico internacional de drogas foi presa nesta manhã de quarta-feira (20), em Sorocaba, em uma operação da Polícia Federal realizada por meio do Estado do Amapá, que cumpre 73 mandados em ação contra tráfico internacional de drogas em nove estados brasileiros.

 

Uma das empresas alvo do esquema criminoso foi constituída no ramo de cosméticos, sob a administração de uma mulher de  origem  colombiana,  residente  em  Sorocaba, o  que  facilitava  o acesso  a produtos químicos usados no refino de drogas. Constataram-se indícios de que a mulher, de  42  anos,  já  havia  sido presa  em  2012  por  tráfico de  drogas e era  a principal responsável pelo fornecimento de drogas da organização criminosa.

 

A  Polícia  Federal no  Amapá,  com  o  apoio  do  Ministério  Público  Federal, deflagrou na manhã desta quarta-feira, 20/10, a "Operação Vikare", visando combater  os  crimes  de tráfico  transnacional  de  drogas, associação  para  o  tráfico, organização  criminosa  e  lavagem  de  dinheiro,  que  utilizava  o  Estado  do Amapá como base operacional de suas atividades relacionadas à importação e transporte de drogas através de aeronaves a serem distribuídas para diferentes pontos do país.

 

Cerca  de  300  policiais  federais  foram às  ruas para cumprir 24  mandados  de  prisão preventiva, além de 49 mandados de busca e apreensão. No Amapá, foram cumpridos quatro mandados de busca e dois mandados de prisão preventiva, em empresas e duas residências localizadas em Macapá, também em um aeródromo particular. Além dos mandados na capital amapaense, foram alvos pessoas físicas e empresas com endereços   nos   estados   do   Pará (Belém   e   Ananindeua), Amazonas (Manaus   e Itacoatiara), Piauí (Teresina), Ceará (Fortaleza), Mato  Grosso  do  Sul (Campo  Grande, Paranhos  e  Aral  Moreira), São  Paulo (capital  e  Sorocaba);  Rio  de  Janeiro (capital) e Paraná (Foz do Iguaçu e Londrina).  

 

A ação de hoje teve origem em maio de 2020, quando investigações da Polícia Federal, no Amapá, descortinaram movimentações suspeitas de aeronaves, além da descoberta dos destroços  de  um  avião  de  pequeno  porte,  que  ficou  atolado  em  uma região no município  de  Calçoene/AP. Este estava,  em  grande  parte,  destruído por  um  incêndio, propositalmente causado para tentar esconder crimes praticados. Os policiais ainda perceberam que o  avião estava  adaptado para  transportar  drogas, semelhante ao que é feito com outros apreendidos em ações policiais Brasil afora. Ao lado  dos  destroços, foi encontrada  uma  vala,  possivelmente  para  armazenar  os entorpecentes  transportados naquela  oportunidade.

 

Os  investigadores  levantaram informações de que  uma  outra  aeronave  pousou  no  mesmo  local  e  resgatou  os tripulantes e a carga. Com  o  avanço  da  investigação,  verificou-se  que  o proprietário do  avião foi  preso  em julho  do  mesmo  ano  no  Paraguai,  enquanto  pousava  outra  aeronave  carregada com 425kg de cocaína. A aeronave de pequeno porte utilizada para resgate das pessoas e carga, que havia caído em Calçoene/AP em março, fora vendida a outro indivíduo, que, em novembro de 2020, também foi preso em flagrante na cidade de Ipixuna/PA, próximo a Paragominas/PA, transportando 450kg de “skunk”, logo após deixar Macapá, saindo de um aeródromo desta capital. 


No Amapá, a Polícia Federal encontrou indícios de que este aeródromo fornecia apoio logístico,  como  combustível  para  a  aeronave  fazer  esses  voos  aos demais  Estados brasileiros,  bem  como  a  outros  países fornecedores  da  droga,  como  Colômbia  e Venezuela.  O  local  também  foi  utilizado  como  ponto  de  apoio  para  realização  dos preparativos da aeronave de modo a deixá-la em condições para voar com autonomia para  longas  distâncias,  como  retirada  de  bancos,  fornecimento  de  combustível  em carotes, o que é proibido, e assim trazer a maior quantidade de drogas possível.

Com  o  aprofundamento  do  trabalho  da Polícia Federal no  Amapá, chegou-se  a  uma grande   e   articulada   organização   criminosa com   participação   de brasileiros   e estrangeiros, voltada à prática de diversos crimes, notadamente o tráfico internacional de  drogas,  por   meio  de  uma   rota   que  passava   por   países   da   América   do   Sul, principalmente  Colômbia  e Venezuela e  tinha  o  estado do  Amapá  como  uma  de  suas bases logísticas fundamentais tem chegado ilegalmente.

 

A organização   criminosa   possuía, na   estrutura,   mecânicos   de   aeronaves,   pilotos, operadores   financeiros   responsáveis   por   transacionar   os   valores   obtidos   pelas atividades  ilícitas,  além  de terceiros  que  recebiam  quantias  em  contas  pessoais  e empresas, cujo objetivo era dar aparência de licitude aos valores obtidos com a prática criminosa.

 

A investigação revelou também que uma empresa do ramo de venda de peixes no Rio de Janeiro/RJ foi identificada como integrante da organização criminosa, cuja atuação consistia em esconder as drogas no meio da carga de peixe, na tentativa de dificultar o trabalho da polícia. Além dos mandados de prisão, busca e apreensão, a Justiça Federal no Amapá, após representação da Polícia Federal, ainda impôs medidas de sequestro de bens, direitos e valores de 68 pessoas físicas e jurídicas: 95  veículos,  entre  carros,  caminhões  e motos,  boa parte de luxo, com proibição  da transferência de propriedade; 3 aeronaves com indisponibilidade e restrição de uso; 19 embarcações com indisponibilidade e restrição de uso; indisponibilidade de diversos imóveis em nome de 41pessoas físicas e jurídicas; bloqueio de ativos financeiros de  pessoas físicas e jurídicas que chegam ao montante de R$ 5,8 milhões. Os valores são individuais, ou seja, aplicados a cada envolvido.


Os investigados responderão, na  medida  de  suas  responsabilidades,  pelos  delitos de tráfico internacional de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As penas somadas podem chegar a 51anos de reclusão, além do pagamento de multa. *Vikare pertence à Mitologia Grega, conhecido pela sua tentativa de deixar Creta voando.  A  tentativa  foi  frustrada,  resultando  em  queda  Mar  Egeu.  Então  o  nome  da operação referir-se a duas tentativas frustradas de voos que sairiam do Amapá, uma porque   a aeronave   caiu   (causas   desconhecidas)   e   uma   segunda   aeronave   foi interceptada.

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