TEATRO/ OPINIÃO – Incomoda aos artistas e trabalhadores da Cultura ouvir de um agente político, ao ser cobrado acerca das suas propostas e, principalmente, das ações efetivas para as artes, os artistas e a Cultura do município que, depois de um mês ele, ainda, está tomando pé da situação. Neste contexto da Cultura e pandemia, não pode.
Um mês não é pouco? Não. Afinal, quem entrou no governo municipal não inventou o mundo. Não existe, na vida cotidiana, a invenção do mundo pós-eleição. É por isso que acontece a transição de governo e, principalmente, o plano de governo. Para que o agente político tome pé da situação e faça.
A “situação” das artes, dos artistas e da Cultura é conhecida e está presente no tempo e no espaço das cidades. Faz parte do dia a dia de quem trabalha com a Cultura. Portanto, não orna não ter um plano de ação, no mínimo, imediato.
Repito: quem trabalha com Cultura sabe da situação na atualidade. Os artistas e as artes estão parados há quase um ano. Sim, um ano! Falta espaço. Falta condições de trabalho. Falta fruição. Falta formação. Falta conservação no patrimônio, etc.
Ao aceitar o convite para ser secretário ou diretor de Cultura de um município da RMS, se espera que o dirigente tivesse (ao menos) algo em mente – proposta ou propostas - para enfrentar efetivamente esta calamidade – agora, já.
Ninguém deseja uma secretaria ou Diretoria da Cultura que atue como figuração ou decorativa no governo. As politicas culturais precisam sair do papel. As ações artísticas e culturais precisam chegar aos artistas e a sociedade. Cadê o plano de ação com objetivos e metas. Principalmente as metas.
É preciso da “noção de emergência” na Cultura.
José Simões é professor e crítico teatral