A Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), realizará, a partir de segunda-feira (dia 24), uma programação especial para celebrar a Semana do Tropeiro. Além de exposições no Shopping Pátio Cianê e no Barracão Cultural, a população poderá prestigiar o lançamento do livro “No Rastro das Tropas”, do jornalista e historiador Sérgio Coelho de Oliveira e, ainda, conferir vídeos com a temática tropeira nas redes sociais oficiais da Prefeitura.
Todas as atividades seguirão as medidas sanitárias de prevenção à Covid-19. O objetivo da programação especial é aproximar a população da cultura tropeira, mantendo viva a memória a respeito da participação de Sorocaba no desenvolvimento do Ciclo do Tropeirismo, que influenciou várias regiões do país, incluindo o Estado de São Paulo. “A Semana do Tropeiro é uma das principais comemorações da nossa cidade, já que o tropeirismo sorocabano foi de extrema importância na formação econômica e cultural do Brasil”, destaca o secretário da Cultura, Luiz Antônio Zamuner.
De 24 de maio a 30 de junho, das 9h às 14h, as pessoas poderão conferir uma exposição fotográfica no Barracão Cultural, com imagens dos fotógrafos Gui Urban e Zaqueu Proença. O espaço público está localizado na Avenida Afonso Vergueiro, 310, ao lado da Estação da Ferrovia, no Centro.
A exposição “O Tropeiro – Algumas Histórias” será atração no Shopping Pátio Cianê (no andar superior, próximo à escada rolante que dá acesso ao segundo pavilhão), de 24 de maio a 13 de junho, das 10h às 20h. A abertura da mostra ocorrerá na segunda-feira (24), às 12h.
No local, a população poderá conferir imagens registradas pelos fotógrafos Zaqueu Proença, Gui Urban e Adilson Incao, além de aquarelas do artista Mário Mattos, peças, objetos e miniaturas que remetem à cultura tropeira, mostrando ao público um pouco sobre a vida e os costumes do tropeiro.
A Secretaria da Cultura ainda aproveitará a ocasião especial e realizará uma ação solidária voltada à classe artística de Sorocaba, como parte da campanha #AFOMENAOEFAKE, coordenada pelo Fundo Social de Solidariedade (FSS), em parceria com a Secretaria da Cidadania (Secid). O público poderá doar 1 kg de alimento não perecível na entrada da exposição.
Também na próxima semana serão lançados vídeos nas redes sociais oficiais da Prefeitura de Sorocaba (https://www.facebook.com/prefeituradesorocaba e @prefeituradesorocaba), produzidos em parceria com a Secretaria de Comunicação (Secom) e com a participação do historiador e administrador da Biblioteca Infantil “Renato Sêneca de Sá Fleury”, José Rubens Incao; da historiadora e museóloga da Secult, Sônia Nanci Paes; do tropeiro Álvaro Augusto Antunes de Assis; do jornalista e historiador Sérgio Coelho de Oliveira e da arte-educadora da Biblioteca Infantil, Paula Cristina Minatogawa, que ensinará as crianças a fazerem uma “mulinha”, utilizando garrafa PET.
Já, no dia 29 de maio, às 9h, será lançado o livro “No Rastro das Tropas”, no Largo do Divino, localizado no Jardim São Paulo. De autoria de Sérgio Coelho de Oliveira, com patrocínio do Programa de Ação Cultural (ProAC), do Governo do Estado de São Paulo, a publicação, com 120 páginas de textos e ilustrações, tem como intuito expor os vestígios culturais remanescentes do tropeirismo no trecho paulista.
Sobre o Tropeirismo
O Tropeirismo começou por volta de 1733, com o português Cristóvão Pereira de Abreu, que abriu estrada ligando Curitiba a Sorocaba, conduzindo mulas e gado. Mas, foi a partir de 1750, com a instalação do Registro de Animais em Sorocaba, ao lado da ponte sobre o Rio Sorocaba, que se tornou sistemática a passagem de tropas xucras ou arreadas pela cidade e, com isso, passou a sediar as Feiras de Muares, famosas em todo o país e que duravam de dois a três meses, entre abril e junho.
Caracterizou-se pelo uso generalizado do lombo de animal, equino ou muar – especialmente este – para o transporte de cargas. O que hoje é feito por caminhões, na época era feito por esses animais. As tropas arreadas eram um conjunto de 8 a 10 animais, equipados com cangalhas, nas quais eram penduradas as bruacas (bolsas), contendo mercadorias.
O tropeiro tornou-se o responsável direto pela circulação de produtos destinados à exportação e pelo abastecimento das regiões interioranas, além de emissário oficial, transmissor de notícias, intermediário de negócios e protetor dos viajantes. Além disso, traziam do Sul do Brasil até Sorocaba, tropas xucras ou soltas, que eram domadas por famosos peões e vendidas nas feiras realizadas.
Os anos de 1750 a 1850 são considerados a fase áurea do Tropeirismo. Em 1875, com a implantação das ferrovias, o comércio de tropas começou a decair. A última grande feira realizada em Sorocaba foi em 1897.