FOLHAPRESS
O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, voltou a afirmar, ao ser questionado sobre a possibilidade de conceder indulto a Lula, que isso não é o que o ex-presidente deseja.
“Ele não pede. É engraçado vocês me pedirem para me posicionar sobre algo que o presidente não está pedindo. Ele está pedindo um julgamento justo”, disse Haddad, em entrevista publicada neste domingo (14) pelo jornal El País.
Ele acrescentou que “a maioria vê uma fragilidade enorme” no processo sobre o ex-presidente. Lula está preso desde abril, e a hipótese de indulto já chegou a ser discutida dentro do PT. A legislação prevê a possibilidade de o presidente dar esse benefício a condenados, mas a iniciativa de maneira individual é rara.
Também neste domingo, Haddad questionou a difusão de notícias falsas pela campanha de Jair Bolsonaro (PSL). “Aí eles dizem: ‘mas eu não posso me responsabilizar’. Mas quem está pagando por tudo isso? Será que custa barato fazer essa campanha por WhatsApp?”
Haddad listou mentiras das quais seria vítima. Ele questionou o comportamento de Carlos Bolsonaro, filho do adversário, que reproduziu uma notícia falsa dizendo que o petista defendera o incesto.
A publicação –um tuíte com um texto do escritor Olavo de Carvalho– dizia que o petista pregava a derrubada do tabu do incesto. Carvalho apagou o texto, explicando-se depois. Mas Carlos Bolsonaro o manteve com a pergunta: “É isso que você quer ver governando o país?”.
“Qual o limite da loucura do meu adversário? Acusar um oponente de defender o incesto?”, questionou Haddad.
Ele também reagiu a declarações de Bolsonaro de que, se eleito, transformará o Brasil na Venezuela: “É jogo de cena para desviar a atenção sobre o passado dele, que elogia torturador, que diz para uma colega de Parlamento que não a estupra porque ela não merece”.
O presidenciável afirmou ainda que Bolsonaro não o enfrenta em debate porque seria confrontado sobre a origem de mentiras difundidas nas redes sociais.