Rafael Balago, FOLHAPRESS
A polícia britânica prendeu nesta sexta-feira (25) dois suspeitos de terem relação com o caso das 39 pessoas encontradas mortas em um caminhão em Essex.
Os presos são um homem e uma mulher, ambos de 38 anos e vindos de Warrington, no noroeste do país. Eles foram detidos pelas suspeitas de homicídio e de conspiração para o tráfico de pessoas.
Eles foram identificados como Joanna Maher, dona da cabine do caminhão, e Thomas Maher, seu marido. chefe em uma empresa de transporte de carga, segundo o jornal The Guardian.
Os dois disseram aos repórteres que eram donos do veículo, mas que o venderam no ano passado para uma empresa em County Monaghan, na Irlanda, perto de onde mora Mo Robinson, motorista do caminhão, que segue preso.
Os 39 mortos -31 homens e oito mulheres- foram encontrados em um compartimento frigorífico em Essex, cerca de 30 km a leste de Londres, na madrugada de quarta-feira (23). As vítimas eram chinesas, segundo as autoridades, que investigam como elas chegaram até o veículo e se foram vítimas de alguma rede de tráfico de pessoas.
Sabe-se até agora que o contêiner, puxado pelo caminhão, foi contratado por uma empresa irlandesa. Dados do GPS do compartimento, mostram que ele saiu da Irlanda em 15 de outubro, foi até a Irlanda do Norte, voltou para a Irlanda e, do porto de Dublin e seguiu para Holyhead, no país de Gales na noite de 16 de outubro.
De lá, ele seguiu para a Europa continental. Passou por Dunquerque e Lille (França) e Bruges (Bélgica). Entre os dias 17 e 22 de outubro, o compartimento fez duas viagens entre o Reino Unido e o continente europeu.
Dunquerque fica a 40 minutos de viagem do porto de Calais, ponto usado por coiotes para enviar pessoas de forma ilegal para o Reino Unido. Com o aperto na fiscalização ali, outras rotas passaram a ser buscadas.