Jovem Pan News
O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que as denúncias do Ministério Público de São Paulo por falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro são “infundadas e não encontram suporte nos fatos.” Por meio da sua defesa, o tucano diz que jamais foi procurado pelas autoridades para se manifestar a respeito dos fatos e que responderá aos termos da denúncia “seguro de que não praticou qualquer ilícito, até porque nunca recebeu valores a título de contribuição de campanha eleitoral que não tenham sido devidamente declarados. Nem, tampouco, praticou qualquer ato de corrupção durante mais de 40 anos de vida pública.”
De acordo com a denúncia apresentada nesta quinta-feira, 23, Alckmin teria recebido R$ 2 milhões em espécie da Odebrecht durante a campanha ao Palácio dos Bandeirantes em 2010, e R$ 9,3 milhões quando disputou a reeleição, em 2014. Os recursos, segundo a investigação, não foram registrados nas prestações de contas do candidato, que, para a polícia, solicitou e recebeu vantagem indevida, pagas pelo setor de operações estruturadas da Odebrecht, a partir do emprego de métodos ilícitos como uso de “doleiros”, com o fim de ocultar a origem dos valores e dificultar a possibilidade de seu rastreio.
Além de Geraldo Alckmin, foram denunciados Marcos Antônio Monteiro, tesoureiro da campanha de 2014, e seu funcionário Sebastião Eduardo Alves; os executivos e operadores do Grupo Odebrecht e também colaboradores, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Luiz Antônio Bueno Júnior, Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, Maria Lúcia Guimarães Tavares, Fernando Migliaccio da Silva e Luiz Eduardo da Rocha Soares.; além do doleiro e colaborador Alvaro José Gallies Novis. O cunhado de Alckmin, Adhemar César Ribeiro, não foi objeto da ação penal em razão da prescrição, que o beneficiou em razão da idade (superior a 70 anos).
A denúncia ocorreu a partir da força-tarefa constituída em fevereiro deste ano. No mesmo âmbito, já foi denunciado o candidato ao governo do Estado de São Paulo, Paulo Skaf (MDB), e foram deflagradas duas operações em investigação de crimes eleitorais e conexos, uma na semana passada envolvendo o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade), e outra nesta semana tendo, como alvo o senador José Serra (PSDB).
Após a notícia, Bruno Covas, em entrevista coletiva, anunciou que Alckmin deixará a coordenação de sua campanha à reeleição no pleito deste ano. Covas reiterou que acredita na inocência do colega de partido. “Ele sai com um patrimônio menor do que tinha quando começou suas atividades”, argumentou o prefeito. “Alckmin pediu para se afastar da campanha na manhã desta quinta-feira para para trabalhar na sua defesa”.