Renato Machado, FOLHAPRESS
O ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta disse neste domingo (12) que o brasileiro não sabe se escuta ele ou o presidente Jair Bolsonaro e alertou que os meses de maio e junho serão os mais duros.
Ao ser questionado sobre a divergência de opiniões entre ele e o presidente, Mandetta pediu um alinhamento de discurso para evitar "dubiedade".
"Quando você vê as pessoas entrando em padaria, em supermercado, grudadas, isso é claramente uma coisa equivocada. Eu espero uma fala única, uma fala unificada. Porque isso leva o brasileiro a uma dubiedade. Ele não sabe se escuta o ministro, o presidente, quem ele escuta", disse em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo.
Mandetta também afirmou que o ministério acredita que maio e junho serão os meses mais duros no combate ao coronavírus.
Os técnicos do ministério trabalham com a hipótese de que o pico do surto seja atingido entre o fim de abril e início de maio.
No entanto, a pasta esclarece que isso não significa que, após esse período, vai se seguir uma queda nos índices de casos registrados e óbitos.
A tendência é que esse período de alta transmissão da doença se mantenha na sequência por até dez semanas, provocando uma grande pressão sobre o sistema de saúde.
O ministro voltou a defender as políticas de isolamento social como forma de evitar a propagação do vírus.
"Quem vai escrever essa história é o comportamento da sociedade", afirmou.
Mandetta também afirmou que a realização de testes em massa em toda a população é inviável neste momento.