O Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba informou que, novamente, o transporte público não circula nesta quarta-feira (25), apesar de a Urbes ter informado que o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª região (Campinas) determinou que 60% da frota rode em horários de pico, ou seja, das 5h às 8h e das 17h às 20h, e 40% da frota no restante do dia.
O sindicato alega que ainda não foi notificado oficialmente pela Justiça. Este é o segundo dia sem transporte público em Sorocaba. Funcionam apenas transporte especial em esquema de plantão e fretamento e cargas.
Ainda de acordo com a Urbes, cabe ao sindicato da categoria acatar a decisão, sob pena de ser multado em R$ 50 mil por dia, valor que pode ser aumentado caso haja notícia do descumprimento e ação de violência e prejuízo ao patrimônio público.
Segue nota da Urbes
"O transporte coletivo de Sorocaba permanece 100% paralisado por conta do descumprimento por parte do sindicato da liminar expedida pelo TRT na tarde de terça-feira (24). A Prefeitura de Sorocaba, por meio da Urbes, irá novamente acionar a Justiça informando o descumprimento da liminar.
A Urbes espera que a situação seja resolvida o quanto antes, pois as pessoas que trabalham em serviços essenciais , neste momento de calamidade pública, são as mais prejudicadas.
A Urbes conta ainda com o bom-senso e responsabilidade por parte do sindicato da categoria para que a paralisação seja encerrada".
Nesta quarta-feira, o sindicato reforçou a estratégia de paralisação do trabalhadores em transporte por causa dos casos de coronavírus.
Leia a nota na íntegra:
"Sorocaba, 25 de março de 2020.
DIANTE DA OMISSÃO DO PODER PÚBLICO, NÓS ASSUMIMOS UM COMPROMISSO COM A VIDA
Devido à ameaça do coronavírus, o Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região precisou tomar uma atitude enérgica: paralisar o transporte coletivo em Sorocaba (como já ocorre em diversas cidades no país) para deter a propagação do novo coronavírus (Covid-19), atendendo assim, integralmente, a recomendação dos especialistas da saúde e decretos de autoridades políticas.
No contexto de uma administração pública responsável, essa medida nem deveria ter sido tomada pelo Sindicato, e sim pelos governantes. Estes, porém, optaram pelo populismo.
FIQUE EM CASA! OU VÁ PARA A RUA?
Nós estamos pagando um preço por nossa atitude, mas não nos importamos com isso, pois sabemos que estamos fazendo o que é certo. Se estivéssemos interessados em popularidade, faríamos o que a prefeita Jaqueline Coutinho fez e outros setores políticos da cidade defendem: fingir que incentiva o isolamento social, inclusive colocando carros de som na cidade para pedir as pessoas que fiquem em casa, ao mesmo tempo que exige na Justiça que os ônibus continuem a circular, sem nenhum critério para embarque de passageiros conforme o grau de urgência ou necessidade.
VIDAS IMPORTAM!
Entendemos que nosso compromisso histórico neste momento é com a vida e a segurança da população. As medidas de combate ao coronavírus são, em sua maioria, impopulares e quase todas acarretam prejuízos de alguma maneira.
Porém, a experiência dos outros países, inclusive melhor estruturados no setor de Saúde que o Brasil, mostra que essas medidas são necessárias, e exigem grandeza dos homens públicos para que renunciem à demagogia e protejam de fato a população, até que a ameaça tenha passado.
O Sindicato dos Rodoviários sempre esteve e continua aberto para toda a forma de diálogo com o poder público, porém não abre mão de sua responsabilidade histórica de deter o avanço do coronavírus.
É preciso esclarecer, por fim, que:
- a Prefeitura de Sorocaba não elaborou um plano de segurança para proteger os trabalhadores em transportes ou os passageiros (os ônibus continuavam a circular lotados em horários de pico);
- o transporte especial que atende às pessoas com necessidades especiais não foi paralisado;
- o transporte exclusivo para atender profissionais da saúde e segurança pública não chegou a ser ativado, porque a Urbes - Trânsito e Transportes não permitiu.
Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região"