28 de Abril de 2024
Informação e Credibilidade para Sorocaba e Região.

O livro ‘Sumiko’, da escritora Áurea Lopes Piacitelli, será lançado dia 3 de fevereiro às 18h na Fundec. Uma história real e mística que irá impressionar os leitores de todas as crenças - veja a coluna de Vanderlei Testa

ARTE: VT
Postado em: 19/01/2023

Compartilhe esta notícia:

Gostaria de tê-la conhecido pessoalmente, mas sei por sua família que ela foi uma mãe e avó maravilhosa, mulher com olhar penetrante de luz de sol com brilho da lua cheia. A foto que ilustra este artigo, de autoria de Sandra Moraes, sobrinha da Aurea Lopes Piacitelli, é a prova desta afirmação que faço ao contempla-la no livro “Sumiko” de sua autoria. A sua universidade foi à vida. Uma trajetória de 93 anos encerrada em 2018. Na infância estudou até o terceiro ano primário. Áurea nasceu em 1928 em meio às dificuldades de sua família, na cidade de Pindorama, região de São José do Rio Preto.

 

 

Sumiko’ em dois volumes e com 700 páginas, é o nome dos livros que Áurea Lopes Piacitelli escreveu há 50 anos. A revelação desta história real e mística “Sumiko” que ela relata na obra, conta a vida fascinante de uma japonesa com 12 filhos e, em tempos de pós-Segunda Guerra Mundial, conseguiu formar cada um como exemplos de humildade e doutores.

 

 

Além da sua inspiração, a dona de casa Áurea dialogava espiritualmente com a imagem da sua personagem vestida de quimono florido e sombrinha. Áurea expressou com sentimentos a fascinante trajetória de “Sumiko”. A jovem Sumiko, que nasceu e viveu no Japão, “dizia” à Áurea que após 100 anos seria publicado por seus descendentes um livro com a sua história. É o que estará acontecendo neste lançamento na Fundec.  O leitor é motivado na leitura a acompanhar a história da mocinha nipônica, filha de agricultor, obrigada pelo pai a se casar com um plantador de arroz e pescador nas ilhas do Japão.

 

 

O lançamento dos livros será dia 3 de fevereiro das 18h às 20 h nos salões da Fundec- Fundação de Desenvolvimento Cultual de Sorocaba localizado na Rua Brigadeiro Tobias, 73.  Será um momento especial da família Piacitelli em eternizar a patriarca na cultura de Sorocaba. A colônia japonesa está sendo convidada a prestigiar esse evento, que terá a presença dos escritores sorocabanos e do público que gosta de boas leituras.

 

 

A professora aposentada Maria Antônia Costa, do Estadão - Instituto de Educação “Julio Prestes de Albuquerque”, entusiasmada pelos escritos da dona Áurea motivou as filhas da escritora Áurea e ao editor Luka Magalhães a publicar estes livros na ‘Edições Archangelus’.

 

 

Os textos nos cadernos e transformados em livros, foram catalogados pelas filhas Luciá e Leni, de dona Áurea Lopes Piacitelli.   A filha Luciá Piacitelli Thomé relembra que as lágrimas se derramaram no rosto dela e da irmã Leni Palmira Piacitelli, quando durante a Pandemia do Covid-19, encontraram os escritos da mãe. “Estavam intactos, escritos à mão em papéis de caderno e até em folhas datilografadas”. Todas as páginas numeradas na sequência demonstrou como ela era organizada.

 

 

A neta Fábia Piacitelli ao comentar sobre o carinho que sentia pela avó, destacou uma mensagem que fez para ela: “Achei lindo o testemunho  da vovó e compartilho com todas mulheres de fibra, guerreiras, fortes, determinadas, como ela.  Assim é a minha avó Áurea, uma mulher à frente do seu tempo, visionária, inteligente, sábia, um ser especialmente caridoso, de uma bondade sem explicação. De uma espiritualidade incrível, uma mulher de uma fé infinita.  Só quem conviveu com a vovó sabe o quanto ela é maravilhosa”.

 

 

O filho Luiz Piacitelli Júnior emocionado e, com gratidão às irmãs escreveu uma mensagem: ---- “Parabéns às minhas irmãs Leni e Luciá pelo esforço e trabalho, e tanta dedicação em trazer ao público essa maravilhosa obra “Sumiko” escrita por minha mãe”. Infelizmente o nosso irmão Lourival Piacitelli, falecido em 2021 não pôde conhecer esta história da família.

 

 

Áurea era casada com Luiz Piacitelli e tiveram quatro filhos. Ela deixou oito netos. Dona de casa tinha como hábito ajudar as famílias carentes com doação de roupas e mantimentos. Quando jovem a Áurea participou de aulas de Auxiliar de Enfermagem oferecida pela Cruz Vermelha, durante a Segunda Guerra Mundial, que a habilitou a prestar serviço comunitário. Também para ajudar nas despesas da casa durante alguns anos a dona Áurea trabalhava em casa como bordadeira para a empresa Alhambra, que tinha o seu barracão no bairro Além Ponte.

 

 

Nas palavras de gratidão dos filhos à mãe ---- “Faltam palavras para descrevê-la. Um ser humano surpreendente. Amava os cachorros de todos os tipos e raças. Exemplo de humildade e bondade. Sua espiritualidade era sua marca. Uma mulher do lar estudou apenas o antigo nível primário, mas uma contadora de história e poetisa nata ela tinha muita inspiração. Ela dizia que, só tinha uma ponta de alfinete literária, que era o seu mundo e a alegria da sua vida e, quando algo triste lhe acontecia e sentia-se amargurada, corria para o seu mundo, mesmo escrevendo com muitos erros e dizia: ---“sempre era tudo para mim, lá nada me atingia”.

 

 

Vanderlei Testa (artigovanderleitesta@gmail.com) Jornalista e Publicitário escreve aos sábados no jornal Ipanema

Compartilhe:

NOTÍCIAS RELACIONADAS

OMS: 800 mil pessoas se suicidam todos os anos, uma a cada 40 segundos

O pente do João dos Santos - veja a coluna semanal de Vanderlei Testa

Procon orienta consumidor por conta da suspensão das aulas em escolas e instituições privadas

Suspeito de participar de roubo a residência é preso em flagrante pela PM

Vereadora quer tornar obrigatório uso de máscaras em Sorocaba

Inadimplência em cursos de graduação cresce no 1º semestre no país