A advogada e presidente do Conselho Municipal de Direitos da Mulher de Sorocaba, Emanuela Barros, conhecida também como doutora Manu, afirmou que cerca de 140 inquéritos de violência contra mulher são registrados por mês na cidade.

As estatísticas foram divulgadas por ela nesta terça-feira (6), em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan Sorocaba.

Quando questionada sobre os números expressivos de inquéritos mensais, Emanuela afirmou que “é importante entender que a violência contra a mulher não acontece só quando se deflagra a violência e a gente fica sabendo do boletim. Na verdade, a violência acontece antes, na desigualdade entre os gêneros, na forma como as relações acabam se tornando tóxicas e desiguais”, e reforça, “antes do tapa o machismo e antes do machismo, há a masculinidade tóxica”.

A presidente do Conselho disse que o aumento expressivo de quase 45% de violência no estado de São Paulo é um fator recorrente à pandemia e que na cidade de Sorocaba não foi diferente. “O ficar em casa para muitas mulheres foi sentença de morte”, declarou Emanuela.

A advogada ainda ressalta os resultados de uma pesquisa recente, realizada pela Secretária de Segurança Pública do Estado de São Paulo, que mostram em média 147 inquéritos por mês, totalizando 1.475 nos últimos 10 meses em Sorocaba, sendo uma cidade de grandes medidas protetivas e boletins de ocorrências que não chegam a virar inquérito.

O inquérito segundo a advogada consiste em quando a vítima denunciou, fez o boletim de ocorrência, esse boletim de ocorrência passou pelo crivo da delegacia, foi juntado provas, o delegado opinou para fosse aberto a ação penal, passou pelo crivo do Ministério Público da qual ele instaura um inquérito, após uma, serie de tramites.

E conclui Emanuela dizendo “quando a mulher se cala o crime perpetua”.