26 de Abril de 2024
Informação e Credibilidade para Sorocaba e Região.

Haddad na JP Sorocaba: "país não pode tratar política como praça de guerra"; assista na íntegra

Foto: reprodução
Postado em: 25/05/2021

Compartilhe esta notícia:

O ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro de Educação Fernando Haddad (PT) foi entrevistado na edição desta terça-feira (25) do Jornal da Manhã, da Jovem Pan Sorocaba.


Haddad foi entrevistado pelo apresentador e diretor da JP Sorocaba, Kiko Pagliato e apresentadora Rosana Pires.


Assista a entrevista na íntegra abaixo


Fernando Haddad coloca seu nome à disposição para concorrer às eleições do governo do estado de São Paulo em 2022.  

Na entrevista, Haddad comentou sobre a aproximação dos ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso e o processo de eleição para governo no estado de São Paulo. "Precisamos fazer pacto de civilidade. O país não pode tratar a política como praça de guerra. A população arbitra, naquele momento, o projeto mais adequado. FHC e Lula conversaram para trazer a política para a disputa saudável. A beleza da política tá em tratar com respeito seu adversário e entender que quem dá a última palavra é o eleitor, o cidadão. Ele é o soberano quem vai dizer para onde a política tem que migrar. Queremos sair, virar a página desse capítulo triste de tratar o adversário como inimigo". 

"Nunca o PT faltou com respeito democrático ao voto do eleitor. Se pudermos apresentar um projeto melhor para São Paulo, então temos condição de apresentar alternativa", disse já acenando para as eleições ao governo estadual. "Vamos respeitar a democracia, eleitor, mas queremos apresentar alternativa para São Paulo". 


Assista

 

 

Gestão da pandemia em SP e no Brasil 

 

Questionado sobre o que faria de diferente na gestão da pandemia, Haddad respondeu tanto na esfera estadual quanto federal que "o Brasil não fez boa gestão". "O Brasil é responsável por 13% das mortes no mundo. Se tivéssemos feito um trabalho mediano, teríamos 2,7% das mortes. Teríamos salvado em torno de 300 mil vidas. Essa questão não pode ser colocada em dúvida. O Brasil foi mal na gestão da pandemia", criticou. 


"Você não faz isolamento social mal feito por um ano. Não vai adiantar nada, vai prejudicar a economia e não vai salvar as pessoas. O isolamento correto é bem feito e por pouco tempo, aí preserva a economia e salva as vidas", disse referindo-se ao isolamento social em São Paulo. 

 

"Vou citar alguns países que fizeram a coisa mais correta que eu conheço: Nova Zelânda, Coréia do Sul, Japão, Austrália e China mesmo, onde tudo começou. A Ásia e Oceania, deram um show e foi onde tudo começou. Fizeram testes, localizaram cedo quem estava contaminado e o isolavam. Fecharam tudo para o vírus morrer. Se tudo ficar fechado durante 14 dias, que é o quanto o vírus fica no organismo na pessoa, o vírus é eliminado. Se a pessoa não transmitir, acaba o estoque de vírus naquela localidade. É uma coisa razoalmente lógica de ser feita em vez de vender remédio ineficaz, ivermectina. Para que vender ilusão para as pessoas", opinou. 

 

"Outra coisa que discordo é o aumento de impostos na pandemia. É algo que nunca vi, ouvi falar. Não tem precedente na história da economia uma história dessa", disse referindo-se à gestão do governador João Doria. 

 

"Não tivemos líder para fazer as ações às quais o cargo confere. Você tá no principal púlpito do país. Você é ouvido em todo o mundo o que quer que você diga: faltou sobriedade, tranquilidade, coordenação, estender a mão para governadores e prefeitos, gabinete de crise, matriz de risco, isso qualquer administrador público sabe como é", afirmou referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro.

"Estamos arrastando essa crise. ninguém aguenta mais. Faltou liderança", colocou. 

 

Educação

 

Haddad, que é professor e foi ministro de Educação nos governos dos presidentes Lula e Dilma Rousseff por sete anos, opinou que faltou investir na inclusão digital e nos alunos de classe pobre para que a rede de ensino pública não paralisasse suas atividades durante a pandemia. "Não sei quais os planos para a Educação no próximo ano. Já estamos no quarto ministro da Educação", reclamou. "O ministro de Educação não é cobrado, porque não vem a público nunca. Não vejo uma entrevista do ministro".  

Pré-candidato ao governo estadual

Sobre agenda, Haddad afirmou que está com "agenda boa no Brasil e em São Paulo". "O PT precisa ter discurso mais forte no interior de SP. Mais decisivo, envolvente. De alguma maneira, precisamos elaborar melhor discurso. O estado está com pouco dinamismo. Pode mais. Mais desenvolvimento", afirmou. 

O ex-prefeito disse que as eleições precisam de uma terceira via. "Vamos oferecer um projeto, algo novo. Vamos sacudir a poeira, conversar com o interior, litoral. Está sendo governado há 28 anos pelo mesmo partido. Temos oportunidade de fazer isso com respeito, serenidade, sem baixaria, ninguém precisa ofender ninguém. Queremos apresentar uma ideia e, se o cidadão achar bacana, ótimo. Segue a vida", frisou. 


"Maior erro do PT"

Questionado por Kiko Pagliato qual o "maior erro do PT" Haddad pontou que "foi não ter sequer tentado fazer reforma política". 

"Quando a lei autorizou empresa a doar recursos eleitorais para partido, você criou zona cinzenta muito perigosa. Muitos partidos caíram nessa vala moral. Muitos estão presos ou responde processos", disse.

"Quando se pega 100 políticos a população fala que ninguém presta. O que a Justiça tenta fazer é separar o joio do trigo e salvar a grande parte boa que existe para tocar país. Você não toca o país sem governador e prefeito. A reforma política teria acelerado esse processo", destacou. 


Para Haddad, "precisou do Poder Judiciário vir, com apoio do governo para isso ocorrer. Sou a favor disso. O político tem que ter sua vida virada do avesso, senão você não tem a confiança das pessoas. A situação é tão grave que não tem isso de pedir quebra de sigilo. Você tem de oferecer seu sigilo. Não se pode ter nada a temer. Se você é uma figura pública e o Brasil tem uma crise moral, você se esconde atrás dos biombos da vida?", questionou. 

Compartilhe:

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Abertas as inscrições de artistas para o Palco Regional da Festa Junina de Votorantim

Votorantim investiga a terceira morte por suspeita do novo coronavírus

Após ordem do papa, Arquidiocese de SP cria comissão para apurar abuso sexual na igreja

Ministério da Saúde vai incorporar vacina chinesa no cronograma nacional

TSE diz que 964 urnas foram substituídas até as 14h

Corpo do ex-prefeito Theodoro Mendes está sendo velado no Paço