Como Sorocaba planeja atender à mudança promovida no Eca (Estatuto da Criança e Adolescente) que agora garante vagas no mesmo estabelecimento de ensino a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica? Essa é a pergunta central de um requerimento enviado à Secretaria Municipal de Educação pelo vereador Péricles Régis (MDB).
Em seu artigo 53, inciso V, o Estatuto da Criança e do Adolescente passa a determinar que a “A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes: (..) V – acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no mesmo estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica”.
Para Péricles, a mudança tem extrema relevância social, porém não é fácil de ser cumprida porque está diretamente ligada à estrutura física do sistema de educação municipal. “Quantas novas crianças cada unidade teria que receber para abrigar irmãos de um mesmo ciclo? E quantas crianças já habituadas a uma escola, seriam transferidas por vontade de seus pais? É uma logística bastante complexa”, pondera o parlamentar. “Por outro lado, é uma mudança que visa manter irmãos em convívio, além de facilitar a vida dos pais. Conheço histórias de pais que, de ônibus, precisam se deslocar entre mais de uma escola para deixar e buscar os filhos. É uma rotina cara e desgastante”, afirma.
Em seu requerimento, Péricles questiona quais as providências estão sendo tomadas pela Prefeitura no sentido de aplicar a recente alteração no Estatuto da Criança e do Adolescente, se existe um levantamento já pronto sobre a demanda reprimida de irmãos que estudam em escolas diversas e gostariam de estudar no mesmo local e se a Prefeitura irá iniciar a divulgação deste direito aos pais nas próprias unidades de educação. Por fim, o vereador pergunta sobre a logística de aplicação de tal lei e quais seriam as etapas de implementação em Sorocaba.
Os questionamentos de Péricles têm 15 dias para serem respondidos, podendo o Executivo pedir prorrogação de mais 15 dias.