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Uma descendência de irmãos italianos: Modolo e Teresa

Postado em: 27/04/2019

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Por Vanderlei Testa

Luiz Modolo era um maquinista de trem na Estrada de Ferro Sorocabana. Viajava com a sua locomotiva pelo interior de São Paulo, conduzindo os vagões pelos trilhos do progresso na década de 40 em Sorocaba.

Com sua esposa Elena, o Luiz sonhava num futuro com filhos crescendo na cidade que os acolheram para viver.

Nas folgas de suas atividades na ferrovia o lar no bairro do Além Ponte era o aconchego familiar que trazia paz e esperança.

A simplicidade e a alegria contagiava a vizinhança das imediações da antiga Igreja do Bom Jesus, local onde hoje é o Ginásio Municipal Gualberto Morteira.

Entre esses moradores, estavam meus pais, Ernesto e Carmela, irmão e cunhada da Elena, minha tia. E o primeiro filho nasceu.

Forte e na sua robustez de menino com descendência italiana o “Toninho”, que virou “Nin” em adulto, trouxe na certidão de batismo o nome em homenagem a Santo Antonio. Seu nome registrado é Antonio Modolo.

Pouco depois, novamente grávida, Elena dava a luz a Tereza, que  ficou conhecida como “Fia”. Duas crianças em seus primeiros anos de vida e o lar dos Modolos prometia novos irmãos.

Mas nem tudo que o ser humano sonha se concretiza. Uma fatalidade levou o Luiz à outra estação, não a de trem, mas a divina na passagem pelo paraíso. E a tia Elena com as duas crianças veio morar em minha casa, juntando-se aos quartos de casa com suas malas.

“Nin e Fia”, prefiro chama-los assim, foram e são meus irmãos de existência na rua Santa Maria, onde nasci. Eu era o caçula e meu irmão Darci com nove anos, o mais velho.

Os dois primos agregados à família formavam o quarteto. Anos depois chegou o Ernesto e completamos o quinteto de irmãos.

Relembro esses fatos com saudade. Nossa mesa dominical no quintal com a família reunida e as crianças descalças correndo revive na memória situações inesquecíveis.

A bola de meia e o pião rodavam na calçada. E sempre tinha as visitas dos parentes com seus meninos e meninas formando aquela bagunça.

Os anos foram passando e os namoros dos mais jovens iam acontecendo até que acompanhei o casamento do Nincom a Esmeralda e da Fia com o Roberto.

Nesse meio tempo, veio morar em casa uma prima de Piracicaba, a Darci Zambom, sendo mais uma irmã na família. Outra prima, a Mafalda-Tica, também chegou de Piracicaba para estudar enfermagem na cidade e se juntou a nossa casa.

Um primo de São Paulo, Gumercindo Basso, foi o próximo a residir no número 111 da Santa Maria e assim tínhamos um lar repleto de gente.

Eram muito amorosos esses domingos com as visitas de outras primas, da Iolanda Trevisan e filhas e filhos, da Clarinha, Amélia.

Era muita gente e muito bolo de fubá e bolinho de chuva com café. Dia 11 de abril, visitei o “Nin” em sua casa para um café da tarde. E relembrei com ele , a Mirna e a Rose, o amor que supera qualquer dificuldade na vida, que é a unidade da família.

Foram duas horas de saudades e esperança que brotou do seu olhar distante nas árvores pela janela.

 

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Vanderlei Testa é jornalista e publicitário

@artigosdovanderleitesta

Os artigos são publicados aos sábados no site www.jornalipanema.com.br

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