O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sorocaba ingressou no Ministério Público pedindo a suspensão da volta às aulas presenciais nas escolas municipais de Sorocaba devido casos de covid-19.
As atividades presenciais estão previstas para retornar na próxima semana. A intenção do sindicato é que as aulas voltem com os servidores da Educação completamente vacinados contra a doença.
A informação é do presidente do SSPMS, Salatiel Hergesel, durante entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan Sorocaba, nesta manhã de quarta-feira (9).
"O governo está aberto. Não temos de esperar decisão judicial, interferência do MP, se vir a favor das crianças é bom. O Governo [do prefeito Rodrigo] Manga se pôs à disposição do diálogo. Ele vai compreender as razões disso. A população está do lado do prefeito. A população não quer o retorno das aulas. Vejo as pessoas nas redes sociais falando "não vou mandar meu filho para a escola"", afirmou durante a entrevista.
"Entrei em contato com 40 prédios públicos, sendo 30 escolas municipais. Temos 87 casos de covid confirmados. Significa que, em toda a rede municipal, temos cerca de 500 profissionais com covid hoje. Isso é muito grave. Temos casos no PAT, Serim, Secid, Sead, Secretaria de Habitação, na Câmara de Sorocaba, como já sabem, no Saae, Secretaria da Fazenda. Não é uma questão específica apenas da Educação".
"É inviável o retorno às aulas, principalmente das crianças de 0 a 3 anos. Elas precisam de colo, contato, não podem usar máscaras. Como ofereceremos isso a elas sem nossos profissionais vacinados? Não é exagero, não é que não queiramos voltar a trabalhar", defendeu a categoria.
Atualmente, os servidores da Educação têm de cumprir jornada presencialmente nas escolas durante três dias na semana e dois ele fica em casa. "Qual a necessidade de o professor ir para a escola?", questionou frisando que estas unidades não recebem alunos atualmente.
"Como professor que sou, nós, profissionais da Educação, estamos com tremenda saudades de rever nossos alunos. Esse é o nosso desejo. Continuamos trabalhando de forma remota para fazer o máximo que podemos por nossas crianças", disse.
"Fiz um apelo ao governo municipal para que se atenham à questão da covid, pois os casos estão alarmantes dentro do serviço público. Não dá para retornar as aulas com crianças, familiares e profissionais mortos".
"Estou rogando ao governo do Executivo que olhem para esses casos. Estamos na terceira onda. Não podemos trabalhar com crianças de 0 a 4 anos nessas condições. Peço ao prefeito que altere a data de reinício das aulas".