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Questão ambiental é para veganos que só comem vegetais, diz Bolsonaro

Postado em: 28/07/2019

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Diego Garcia, Folhapress

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou neste sábado (27), em evento do exército na zona oeste do Rio de Janeiro, querer transformar a baía de Angra dos Reis em uma “Cancún Brasileira”, e que apenas “veganos que comem só vegetais” se importariam com a questão ambiental que afetaria a região.

Ao ser questionado se o meio ambiente não seria importante na transformação da baía de Angra dos Reis, o presidente fez um longo discurso contra a questão ambiental.

“Só aos veganos que comem só vegetais [é importante a questão ambiental]. A questão ambiental, o mundo cresce com 70 milhões de habitantes por ano, o Brasil com pouco mais de 2 milhões por ano. Outros países com baía não tão exuberante como a de Angra conservam o meio ambiente. Se quiséssemos fazer uma maldade, cometer um crime, nós iríamos à noite ou em um fim de semana qualquer na baía de Angra e cometeríamos um crime ambiental, que não tem como fiscalizar”, disse Bolsonaro.

No ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu pela inconstitucionalidade de redução de Unidades de Conservação (UCs) por medida provisória. Bolsonaro quer alterar o status da Estação Ecológica (Esec) de Angra, onde é dono de uma casa na Vila Histórica de Mambucaba.

“Eu tenho conversado com índios, eles não querem viver como homem pré-históricos dentro das suas propriedades, eles querem em um primeiro momento energia elétrica. Estive agora no Amazonas, conversei com um pequeno grupo de índios e foi nesse sentido a conversa. O índio é um ser humano igual a nós, não é para ficar isolado em uma reserva como se fosse um zoológico”, acrescentou Jair Bolsonaro.

O presidente apontou que quer transformar Angra em uma “Cancún Brasileira”. “Me ajudem a fazer a baía de Angra a Cancun brasileira. Só que eu tenho que derrubar um decreto, acreditem, é por lei. Cancun fatura 12 bilhões de dólares por ano. O que fatura a baía de Angra? Fatura com dinheiro que vem de cuscuz, cocoroca e água de coco. E o estado do Rio com dificuldades. Vamos fazer da baía de Angra um Cancún. Tem gente de fora do Brasil que a custo zero transforma a baía de Angra talvez na primeira maravilha do Brasil”, planejou Bolsonaro.

Enquanto defendia a mudança na baía de Angra, o presidente também voltou a atacar o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) por causa de dados sobre desmatamento que o capitão reformado diz não condizerem com a verdade e que prejudicam o nome do Brasil no exterior.

“É um crime quem fala em preservação ambiental sem ter conhecimento disso. Esses dados do Inpe, semana que vem vocês vão ter uma surpresa”, disse o presidente, que não quis dizer qual seria essa “surpresa”.

“No Brasil, parece que os chefes de Estado e alguns fazem campanha contra a sua pátria. Lula em 2002 disse que Brasil tinha 30 milhões de crianças nas ruas, é uma péssima propaganda contra o Brasil, essa questão ambiental é a mesma coisa. Não estou acusando ninguém, mas queria saber o que une essas pessoas com ONGs internacionais. Não serei o responsável por fazer uma campanha contra o meu Brasil”, reclamou Bolsonaro.

Dados preliminares de satélites do Inpe mostram que mais de 1.000 km² de floresta amazônica foram derrubados na primeira quinzena deste mês, aumento de 68% em relação a julho de 2018.

“Quando acabarem os commodities do Brasil, nós vamos viver do que? Do que a gente vai viver? Outros países cada vez mais avançando no mundo todo. Vamos viver do que? Vamos virar veganos? Vamos virar, sim… Viver do meio ambiente? Não podemos tratar o meio ambiente como uma psicose ambiental”, continuou o presidente do Brasil.

Criticado, o Inpe fica em São José dos Campos (SP) tem produção científica crescente e de impacto acima da média nacional –metade dela produzida com parceiros internacionais importantes, como a Nasa (agência espacial americana).

O instituto publica, em média, um resultado científico por dia em áreas como astrofísica, engenharia espacial e sensoriamento remoto, o que inclui trabalhos sobre desmatamentos na Amazônia. Metade desses novos estudos é feita em parceria com instituições importantes mundo afora.

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