Os professores da rede estadual de ensino em São Paulo iniciaram, nesta segunda-feira (8), uma greve de categoria contra o retorno presencial das aulas. A informação foi divulgada pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).
Amarildo Santos, da coordenação da Apeoesp de Sorocaba e região, falou, em vídeo divulgado nas redes sociais, sobre a paralisação. "Professor, só você é responsável pela sua vida. Fique em trabalho remoto, não vá para a escola", pede na gravação. "Temos muitos outros motivos para entrar em greve, mas esta é pela vida. Queremos continuar em trabalho remoto, enquanto todos não forem vacinados. Nossos alunos são crianças e adolescentes e ainda têm comportamento sem consequências. É uma piada comparar escola com comércio. No comércio, as pessoas passam e nas escolas ficamos durante seis horas em ambiente desfavorável", completa.
Em assembleia realizada na última sexta-feira, os profissionais decidiram permanecer com o trabalho remoto. A decisão teve apoio de 81,8% da categoria. As aulas seriam retomadas nesta segunda-feira.
A presidente do Sindicato e deputada estadual, Professora Bebel, explica que se trata de uma “greve sanitária em defesa da vida contra a volta às aulas presenciais”. Ela afirma que, diferentemente de outras paralisações, desta vez o foco é a saúde, preservar vidas, tanto de professores quanto de estudantes, funcionários e familiares.
“Não há condições para um retorno seguro. As escolas não apresentam a mínima infraestrutura. Recebemos a todo momento fotos e vídeos de professores mostrando banheiros quebrados, lixo acumulado, goteiras, álcool em gel vencido. E tudo isso já está causando consequências graves. A Apeoesp fez um levantamento em que constatou até agora 147 casos de covid em escolas. Todas tiveram algum tipo de atividade presencial. Imagine o que vai acontecer quando milhões de estudantes voltarem para as aulas presenciais no Estado”, afirma Bebel.
O Sindicato vai realizar, durante essa semana, uma série de atos e manifestação. “Queremos dialogar com a população. Teremos carros de som em todas as cidades, campanha de esclarecimento nas redes sociais, rádios e TV, carreata, manifestações regionais. Além disso, iremos às Câmaras Municipais, conversaremos com prefeitos e realizaremos encontro com professores, pais, mães, estudantes e funcionários, entre outras ações”, conclui a Professora Bebel.