O secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, informou nesta terça-feira (16) que 600 mil alunos participaram das aulas presenciais, entre os dias 8 e 15 de fevereiro, 60% dos mais de um milhão que poderiam voltar em sistema de revezamento.
Do universo total das famílias atendidas na rede, 70% delas manifestaram interesse no retorno presencial de seus filhos às escolas. As escolas estaduais foram reabertas no dia 8 de fevereiro, e devem receber, diariamente, até 35% dos alunos matriculados.
Na primeira semana de aula, 97% dos docentes compareceram às atividades. A taxa de absenteísmo de 3% é inferior à taxa regular de 5%.
Até o momento, cerca de 3 milhões de alunos matriculados em escolas estaduais de 516 municípios foram autorizados a retomar as aulas presenciais de forma gradual.
Nesta primeira semana de aula, circularam na rede estadual 855 mil pessoas presencialmente por dia na rede estadual, sendo 600 mil estudantes e 255 mil profissionais da educação.
“As três primeiras semanas de aula do mês serão focadas no acolhimento dos alunos, além de garantir a oferta diária da merenda para os alunos que mais precisam. Também estamos trabalhando com orientações sobre o uso da tecnologia em todas as escolas”, diz Soares.
Dados do Simed
Soares apresentou, ainda, os primeiros dados do Sistema de Informação e Monitoramento da Educação para a Covid-19 (Simed) que reúne informações sobre casos suspeitos, confirmados e descartados da doença.
“O preenchimento no Simed é obrigatório para as escolas de todas as redes, com exceção daquelas em que os municípios possuem conselhos próprios e neste caso a obrigação é de informar ao sistema público. Dessa forma, poderemos monitorar não só a nossa rede, como também a privada”, explica o secretário da Educação, que reforçou que os sistemas de saúde poderão ter acesso aos dados do sistema.
Entre os dias 1 de janeiro até 13 de fevereiro, o Simed registrou nas escolas das redes estadual, municipal e privada, 2.208 notificações relacionadas ao coronavírus, 1.168 casos suspeitos, 741 casos confirmados e 334 casos descartados.
O secretário explicou que quando há apenas um caso confirmado dentro de uma escola, a pessoa é isolada e monitorada, mas não necessariamente a unidade é fechada.
“Quando temos dois casos, observamos mais quem foram os contactantes. Em cada escola fazemos acompanhamento e tentamos entender as possibilidades que ocorreram. A decisão do fechamento é sempre em conjunto com a Saúde”, afirma Soares.
Marco Aurélio Palazzi Sáfadi, Diretor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e integrante da Comissão Médica da Educação, reforça que muitas vezes a ocorrência da infecção nas escolas reflete que a situação da transmissão do vírus na comunidade em que ela está instalada.
“É plausível que a ocorrência de uma infecção em uma determinada criança diagnosticada da escola, porque a escola tem instrumentos para isso, reflita uma infecção ocorrida fora do ambiente escolar. A experiência nos mostra que a ocorrência em casos secundários a partir de criança infectada é menor do que a partir de um adulto. É provável que ocorra a transmissão no ‘staff’ do que propriamente entre as crianças nesse cenário do dia a dia”, reforça Sáfadi.
Infraestrutura para retorno seguro
Para garantir o retorno seguro e gradual das escolas da rede estadual, a Secretaria Estadual da Educação adquiriu equipamentos de segurança como 12 milhões de máscara de tecido, 440 mil face shields, 367 mil litros de álcool em gel, 10.740 termômetros, 221 milhões de litros de sabonete líquido, 100 mil rolos de papel toalha, 1,8 milhão de rolos de papel higiênico, e 78 milhões de copos descartáveis.
Além disso, a Seduc repassou R$ 700 milhões por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) para que as escolas tenham agilidade para executar recursos durante o ano de acordo com sua realidade específica. Desse montante, R$ 50 milhões são exclusivos para ações de enfrentamento à Covid-19.