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Polícia não irá indiciar Neymar após acusação de estupro

Postado em: 30/07/2019

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Rogério Pagnan, FOLHAPRESS

A Polícia Civil decidiu não indiciar o jogador Neymar por crime de estupro no caso em que ele foi acusado pela modelo Najila de Souza, em maio. A investigação foi concluída nesta segunda-feira (29) pela delegada Juliana Lopes Bussacos, da 6ª Delegacia de Defesa da Mulher.

O inquérito policial foi aberto após a suposta vítima registra boletim de ocorrência no dia 31 de maio. A delegada tinha 30 dias para a conclusão do inquérito, mas fez o pedido de prorrogação do prazo no dia 1º de julho. A juíza acatou no último dia 12.

A polícia concluiu que o jogador do Paris Saint-Germain (FRA) não cometeu nenhum crime. A reportagem apurou que os investigadores encontraram muitas contradições nos depoimentos de Najila.

Com a conclusão do inquérito da polícia, o Ministério Público terá acesso à investigação e poderá pedir arquivamento, novas diligências ou denunciar Najila pelo crime de denunciação caluniosa. O prazo para que essa decisão seja tomada é de 15 dias, a partir desta terça-feira (30).

O advogado de Najila afirmou ao UOL que o caso ainda não está encerrado. “Delegado não julga, quem julga é judiciário. Nós ainda acreditamos no Ministério Público, acreditamos no Judiciário. Pode acontecer de o MP denunciar ou pedir mais diligência”, afirmou Cosme Araújo.

Em junho, o Folha revelou que Najila deu versões diferentes sobre o caso em dois depoimentos prestados na Polícia Civil. Na primeira vez que foi ouvida sobre a acusação de abuso sexual, não citou que o jogador teria se negado a usar camisinha no encontro dos dois em um hotel em Paris, no dia 15 de maio.

O depoimento foi prestado no dia 31 de maio. No relato, ela disse que “Neymar chegou por volta das 20h no hotel, aparentemente embriagado”. O depoimento informou que eles “começaram a trocar carícias, contudo, em determinado momento, ele passou a desferir tapas nas nádegas, quando a vítima pediu para ele parar”.

No depoimento, Najila informou que Neymar parou após os apelos, mas, depois, “novamente começou a lhe desferir mais tapas, agora com maior intensidade. A vítima disse que, nesse momento, pediu para que o jogador parasse, dizendo ‘para, está me machucando’, contudo ele ignorou, ‘pegou-a’ força, puxou seus cabelos e mediante violência, praticou relação sexual contra sua vontade”.

Uma semana depois, no dia 7 de junho, ela prestou um novo depoimento e afirmou na delegacia que, após trocarem carícias, Neymar deu tapas nela. Depois, disse que o questionou sobre ele ter camisinha.

Najila relatou que afirmou ao jogador que, sem preservativo, não haveria penetração. De acordo com a suposta vítima, ele a segurou com força no quadril e fez sexo com ela sem consentimento.

A versão foi igual à dada por ela, em entrevista ao canal SBT, na sua primeira declaração pública desde que registrou a ocorrência.

“Fui vítima de estupro. Agressão juntamente com estupro”, afirmou. Najila disse na entrevista ter alertado Neymar que não queria ser penetrada, já que ele estava sem preservativo. Antes, ela disse que havia reclamado que o jogador estava agressivo e que ele ignorou seus apelos.

Outro ponto que fez a Polícia Civil suspeitar da versão da modelo foi o fato de ela nunca ter apresentado um tablet no qual ela afirmou ter armazenado um vídeo que comprovaria o suposto estupro.

O advogado Danilo Garcia de Andrade, que chegou a representar Najila, deixou o caso após cobrar dela as imagens presentes no aparelho.

Inicialmente, ela disse à polícia que entregaria o tablet após salvar a agenda de contatos e dados pessoais. Depois, alegou que sua casa foi invadida e o aparelho, roubado.

Um trecho de cerca de um minuto do vídeo citado por Najila foi exibido pela TV Record. Nele, é Najila quem aparece batendo no jogador.

Quando o caso da acusação de estupro foi revelado, Neymar estava concentrado com a seleção brasileira na Granja Comary, em Teresópolis (RJ). O jogador iria disputar a Copa América. Após sofrer uma lesão em amistoso contra o Qatar, ele foi cortado da equipe.

Convocado pela Justiça, prestou depoimento em 13 de junho em São Paulo e, dias antes, no Rio de Janeiro, onde é investigado por ter divulgado fotos íntimas de Najila em um vídeo postado em suas contas em redes sociais em que se defendia e dizia que a relação havia sido consentida.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa de Neymar disse que ele não se pronunciaria sobre o caso.

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