Folhapress
A polícia indiciou por estupro de vulnerável, no domingo (1º), um motorista de aplicativo suspeito de estuprar uma universitária de 20 anos, por volta das 4h10 do último dia 25, após a vítima embarcar no carro do condutor, 47 anos, quando saiu de um bar na região de Pinheiros (zona oeste). A 99 Táxi afirmou que excluiu o suspeito de seu quadro de colaboradores.
A jovem afirmou à reportagem que, antes de pedir o carro de aplicativo, estava bebendo com amigos em um bar, admitindo que exagerou no consumo de álcool. Ela pretendia ir direto para casa, na Mooca (zona leste). De acordo com a estudante, este trajeto demora cerca de 20 minutos.
Por conta do excesso de bebida consumida, a universitária afirmou que se lembra de apenas dois momentos da viagem. Em um deles, ela diz que se recorda que o carro passou pela região da Consolação (centro). Em outro, ela se recorda do motorista, com as calças abaixadas, perto dela no banco traseiro do veículo. Ela diz não lembrar o local em que houve este segundo momento de memória.
Ainda no dia 25, a estudante afirmou que acordou e sentiu dor nas partes íntimas quando foi urinar. "Desconfiei que algo poderia ter acontecido. Depois, olhei meu aplicativo e vi que a corrida tinha dado R$ 109. Gasto em média R$ 30 para fazer o mesmo trajeto", afirmou.
Segundo o histórico da corrida feito com a jovem, o motorista demorou cerca de cinco horas e quarenta minutos para rodar aproximadamente 17 quilômetros.
A jovem procurou o hospital Pérola Byington, onde tomou um coquetel de remédios para evitar eventuais doenças sexualmente transmissíveis. Ela também realizou exames sexológicos e toxicológicos. O resultado deles fica pronto em cerca de 30 dias.
DEPOIMENTO DO SUSPEITO
O suspeito, 47 anos, prestou depoimento à polícia no domingo (1º). Ele alegou, acompanhado de um advogado, que teria "sido seduzido" pela estudante. A jovem, no entanto, nega.
A 1ª Delegacia de Defesa da Mulher, que investiga o caso, indiciou o suspeito por estupro de vulnerável. Apesar disso, ele responde ao caso em liberdade.
O motorista trabalhava para a 99 há cerca de duas semanas.
OUTRO LADO
A 99 afirmou que, assim que soube sobre a "grave denúncia" feita pela passageira, excluiu o colaborador do aplicativo. Uma equipe também foi escalada para acompanhar o caso junto à vítima.
"A plataforma lamenta profundamente o caso e reitera que repudia veementemente esse tipo de violência. Temos uma política de tolerância zero em relação a isso", diz trecho de nota.
O aplicativo disse ainda que oferece um "kit de segurança" que disponibiliza a opção de compartilhar a rota a ser feita pelos usuários, com contatos de confiança da pessoa.
Qualquer abuso, acrescentou, deve ser imediatamente denunciado por meio do aplicativo ou pelo telefone 0800.888.8999.