Outubro é o mês em que a cor rosa ganha destaque para um alerta importante: a prevenção ao câncer de mama. Em 2020, a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é de que 66.280 novos casos sejam registrados em todo Brasil. Número que coloca a doença como a principal causa de câncer entre as mulheres.
A luta contra o câncer de mama traz vários desafios para a mulher. Além dos reflexos das altas doses de medicações, dores e o mal-estar, muitas vezes também precisa lidar com a mudança de aparência. Um dos pontos encarados com muita dificuldade entre as pacientes é a queda de cabelo por conta da quimioterapia. E é durante esse tratamento que a tecnologia tem se tornado uma aliada para recuperar a autoestima feminina.
"Os cabelos e os seios são o grande símbolo de feminilidade das mulheres e, por isso, quando o diagnóstico do câncer de mama chega, essa paciente começa a lidar com um turbilhão de emoções, envolvendo a perda dessa autoestima e o medo da morte”, destaca a psicóloga Giordana Lava, do Devita Centro Oncológico. Giordana ressalta também a importância da mulher estar bem psicologicamente. “Com a autoestima em dia, a mulher tem mais força para enfrentar a doença e, obviamente, isso influencia diretamente no tratamento”, explica.
Quando recebeu o diagnóstico de câncer de mama, a comerciante Elaine Maia começou a pressupor o pior dos cenários. “Na minha cabeça, comecei a me imaginar careca e com a aparência debilitada”, conta. Porém, com o tratamento contra o câncer de mama aliado a crioterapia, Elaine conseguiu passar pelas mais de 10 sessões de quimioterapia sem perder a autoestima. “Me senti mais forte e motivada e quando eu contava que estava recebendo quimioterapia, as pessoas duvidavam”, destaca. A comerciante hoje está curada e segue motivando outras mulheres. “Câncer não é sinônimo de morte, podemos sim passar por isso de forma digna”.
A crioterapia
Entre as opções, crioterapia capilar tem despontado como uma das tecnologias mais promissoras, já que a chega a ter eficácia de 90% na prevenção da queda dos cabelos. A técnica trabalha com o resfriamento dos tecidos da região da cabeça, usando uma touca gelada com temperatura média de 4ºC.
Em Sorocaba, o Devita Centro Oncológico possui uma das poucas máquinas do país certificada pela Anvisa. A oncologista Cláudia Latorre, do Devita Centro Oncológico, conta que a máquina de crioterapia é utilizada durante a aplicação do medicamento da quimioterapia e, por isso, não permite que a droga atinja o couro cabeludo.
“Dessa forma, nós conseguimos dilatar os vasos sanguíneos e melhorar a circulação local. O resultado é uma espécie de capa protetora que preserva os folículos pilosos e reduz ou até anula os efeitos colaterais da quimioterapia no que diz respeito à queda do cabelo”, explica a médica.
De um modo geral, a crioterapia capilar pode ser aplicada em pacientes diagnosticados com qualquer tipo de câncer e que estejam com o tratamento quimioterápico prescrito, tendo alta eficiência em todos os casos. No entanto, a técnica não é indicada para mulheres que sofrem com câncer hematológico, como a leucemia e o linfoma, e quem já iniciou o ciclo de quimioterapia sem a máquina. Além disso, pacientes que possuem alergia no couro cabeludo também não podem aderir ao tratamento.
“Mais do que manter os cabelos, o principal objetivo da crioterapia capilar é preservar a autoestima das mulheres que lutam contra o câncer no dia a dia. Dessa forma, também evitamos situações como depressão e discriminação pelas quais as pacientes acabam passando. Elas se sentem mais confiantes e empoderadas”, conclui Cláudia.