Apesar de o prefeito José Crespo (DEM) defender publicamente “ser o maior interessado” nos resultados que a ‘Casa de Papel’ possa revelar, sua Procuradora-Geral do Munícipio questiona o trabalho da Polícia Civil e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) à Justiça.
Segundo o documento obtido pelo Ipa Online, assinado pelo procurador do município Douglas Domingos de Moraes, a prefeitura pede esclarecimentos sobre duas atitudes específicas do Gaeco e da polícia durante a operação deflagrada semana passada, no dia 8 de abril.
Entre os questionamentos estão o fato de os servidores que dão suporte de trabalho à toda a prefeitura e serviços públicos terem sido desligados pela operação na data em questão. O delegado Marcelo Carriel explicou, à época, haver duas tentativas de invasão para troca de senhas no mesmo dia, assim impedido o trabalho da polícia para adquirir arquivos específicos e necessários para serem posteriormente analisados.
Com isso, o procurador alega que a atitude da operação “paralisou praticamente durante o dia inteiro diversos serviços públicos essenciais, como o atendimento nas unidades de saúde, emissão de notas fiscais, Botão do Pânico […] e Casas do Cidadão”.
Outro pedido de esclarecimento é quanto às apreensões realizadas nas quatro Secretarias: Comunicação; Cultura; Licitações e Contratos e, por último, Fazenda, além de computadores, HDs e aparelhos de celular “sem os autos da apreensão”, que teria sido anexados ao judicial quatro dias depois a deflagração da “Casa de Papel”, no dia 12 de abril.
Ainda segundo a procuradoria, “grande parte dos processos apreendidos já estavam disponibilizados ao Tribunal de Contas e também no Portal da Transparência do Município, ou seja, aparentemente nem haveria necessidade de sua busca e apreensão”.]
Crespo, “o maior interessado”
No mesmo dia em que a operação “Casa de Papel” foi deflagrada, o prefeito José Crespo divulgou um vídeo em sua página oficial no Facebook, no qual afirma “não compactuar com atos ilícitos”, e que determinou que a Corregedoria Municipal “abra investigação própria” para apurar as denúncias.
Crespo ressalta no vídeo que “continuará trabalhando”, pois “é o maior interessado em descobrir o que quer que tenha acontecido”. Ele disse, ainda, que, se alguém em seu governo fez algo errado “será o primeiro a exonerar todas as pessoas que traíram a sua confiança”.
Três ex-secretários do democrata constam como investigados na operação, sendo Eloy de Oliveira (Comunicação); Hudson Zuliani (Licitações e Contrato) e Werinton Kermes (Cultura). Dois deles foram exonerados e Zuliani pediu exoneração, não acatada por Crespo, que resolveu afastá-lo com remuneração.
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