Isabela Palhares, da Folhapress
Menos da metade das crianças de 0 a 5 anos foram vacinadas no estado de São Paulo neste ano contra poliomielite. Dos 2,2 milhões dessa faixa etária, apenas 48% receberam a imunização em 2020.
A Secretaria de Saúde estuda prorrogar a campanha, que termina nesta sexta (13). A meta prevista é de alcançar 95% da população dessa idade.
Segundo Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde, a taxa de vacinação já havia tido redução nos últimos três anos, mas a cobertura deste ano é a pior já registrada.
"Não podemos conceber taxas como essas, 48% de vacinação para a poliomielite é uma ameaça às nossas crianças. Uma ameaça de morte e de paralisia infantil. Temos obrigação de atuarmos para mudar isso", disse Gorinchteyn.
Atualmente, a cobertura vacinal nacional contra a doença é de 86,16%. A revacinação ajuda a reduzir o risco de reintrodução do vírus no Brasil -a doença está erradicada do país há 30 anos.
A polio ou paralisia infantil é uma doença contagiosa, que pode infectar crianças e adultos. Ela não tem cura, mas pode ser prevenida com a vacina, que é gratuita no SUS.
A campanha de vacinação em São Paulo já foi prorrogada uma vez neste ano. A previsão inicial era de que terminasse em 29 de outubro, mas, na época, a taxa de cobertura estava em 39,6%.
Segundo o secretário, a campanha de multivacinação, que protege contra 20 doenças, também deve ser prorrogada já que atingiu apenas metade das crianças de até 14 anos.
A multivacinação visa imunizar crianças contra doenças como tuberculose, difteria, tétano, hepatite, sarampo, caxumba e rubéola, entre outras.
"Temos que aumentar a cobertura de vacinação e vamos fazer todo o esforço necessário para isso. Um país vacinado é um país desenvolvido, não podemos recuar", disse o secretário.