Sorocaba continua registrando percentuais preocupantes de isolamento social no município. Entre o último domingo e segunda-feira (dias 26 e 27), a queda foi de 11%.
No domingo, o município registrou 57% de isolamento social. Os percentuais para esse dia da semana em específico têm sido mais elevados. Já segunda-feira, houve uma queda brusca que chegou a 46%.
Sorocaba vem registrado uma considerável piora no isolamento social, de acordo com os dados do Sistema de Monitoramento Inteligente (SIMI-SP) do Governo de São Paulo.
Conforme o gráfico atualizado no último sábado (25), na sexta-feira passada o percentual de isolamento na cidade foi de 45%, o menor índice em 14 dias. Na quinta-feira e quarta-feira da semana passada os percentuais também ficaram abaixo de 50%.
A meta do governo é de 70% de isolamento social em todo o estado. Sorocaba nunca a atingiu.
O isolamento social em todo o estado tem mostrado um desempenho ruim. Segundo o governador João Doria, caso a taxa de isolamento no estado não cresça, a retomada das atividades econômicas, prevista para 11 de maio, pode não ocorrer nesta data. Já o médico coordenador do Centro de Contingência da COVID-19 em São Paulo, David Uip, declarou, na rede de notícias CNN, que "não há plano B" de distanciamento social. "Não temos, nem teremos pelos próximos meses uma vacina. Torcemos para que se descubra um remédio efetivo, mas no momento, [o isolamento] é o que temos", alegou.
No momento, há acesso a dados referentes a 104 cidades maiores de 70 mil habitantes.
A central de inteligência analisa os dados de telefonia móvel para indicar tendências de deslocamento e apontar a eficácia das medidas de isolamento social. Com isso, é possível apontar em quais regiões a adesão à quarentena é maior e em quais as campanhas de conscientização precisam ser intensificadas, inclusive com apoio das prefeituras.
O SIMI-SP é viabilizado por meio de acordo com as operadoras de telefonia Vivo, Claro, Oi e TIM para que o Estado possa consultar informações agregadas sobre deslocamento nos 645 municípios paulistas.
Casos de coronavírus em Sorocaba
Sorocaba registrou mais 19 novos casos confirmados com a Covid-19 nesta terça-feira (28). Com isso, já são 137 o total na cidade. Desses, 15 estão internados (oito em UTI) e 101 se encontram recuperados.
Os óbitos com a confirmação da doença continuam em 21.
A quantidade de casos suspeitos diminuiu. A cidade passou de 116 para 103 pessoas que aguardam resultados. Entre todos os suspeitos, 35 estão internados em hospitais da cidade, sendo 13 em UTI.
Os óbitos em investigação continuam em quatro. O número de descartados por resultados negativos da doença aumentou para 543.
Casos de coronavírus no estado
Mais 224 mortes relacionadas ao novo coronavírus foram confirmadas desde ontem em São Paulo. Com esse novo recorde num intervalo de 24 horas, o Estado atinge um total de 2.049 óbitos nesta terça-feira (28). Entre o total de vítimas fatais, 728 residiam em cidades do interior, litoral e Grande São Paulo, por onde a doença tem crescido. São 141 municípios com pelo menos um óbito, incluindo a capital. A relação de casos e óbitos confirmados por cidade pode ser consultada em www.saopaulo.sp.gov.br/coronavirus.
Quase metade do total de municípios em São Paulo já foi alcançada pela COVID-19. Das 645 cidades de SP, 305 tiveram pelo menos um caso da doença. Entre os 24.041 confirmados em todo o território, 8.644 dos infectados moravam fora da cidade de São Paulo.
“Existe uma sensação no interior de que ele é protegido [contra o coronavírus], como se algo que acontece aqui na capital não fosse acontecer no interior. E isso de fato não é real”, afirmou nesta terça-feira (28) o professor da Faculdade de Medicina da Unesp, em Botucatu, Carlos Fortaleza, também integrante do Centro de Contingência em São Paulo.
Em coletiva no Palácio dos Bandeirantes nesta terça-feira (28), o infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência, alertou para a difusão da pandemia para o interior do Estado e ressaltou a importância das medidas de contenção adotadas pelo Governo, como a quarentena.
“[A pandemia no interior] está atrasada em relação ao município de São Paulo e à área metropolitana em mais ou menos duas semanas. Por quê? Por conta das medidas de isolamento social que foram adotadas precocemente no Estado de São Paulo. Isso fez com que houvesse uma contenção”, disse.
Internações e leitos em UTI
A COVID-19 também provocou a internação de mais de 8 mil pessoas nos hospitais de SP. Hoje, há 3.124 pacientes em UTI e 4.927 em enfermaria.
Também houve crescimento de um ponto percentual na taxa de ocupação dos leitos de UTI para atendimentos a COVID-19. Nesta segunda, está em 61,6% no Estado de São Paulo e 81% na Grande São Paulo.
Perfil da mortalidade
Entre as vítimas fatais, estão 1.189 homens e 860 mulheres. Os óbitos continuam concentrados em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando 74,7% das mortes.
Observando faixas etárias subdividas a cada dez anos, nota-se que a mortalidade é maior entre 70 e 79 anos (521 do total), seguida por 60-69 anos (453) e 80-89 (408). Também faleceram 150 pessoas com mais de 90 anos. Fora desse grupo de idosos, há também alta mortalidade entre pessoas de 50 a 59 anos (260 do total), seguida pelas faixas de 40 a 49 (156), 30 a 39 (76), 20 a 29 (17) e 10 a 19 (7), e um com menos de dez anos.
Os principais fatores de risco associados à mortalidade são cardiopatia (60,1% dos óbitos), diabetes mellitus (43,6%), doença renal (12,1%), pneumopatia (11,6%), e doença neurológica (11,3%). Outros fatores identificados são imunodepressão, obesidade, asma e doenças hematológica e hepática. Esses fatores de risco foram identificados em 1.687 pessoas que faleceram por COVID-19 (82,3%) do total.