Um grupo de Sorocaba, ligado ao PSOL, realizou um ato em memória da vereadora Marielle Franco. Nesta quinta-feira (14) as mortes da parlamentar e do motorista Anderson Gomes completam um ano.
Membros ligados ao mesmo partido de Marielle fizeram uma vigília na praça Lions, exigindo justiça e respostas sobre os mentores do crime.
Marielle e Anderson foram assassinados na noite de 14 de março de 2018 quando retornavam de ato político, no centro do Rio. O carro em que estavam foi atingido por 13 tiros. A vereadora foi alvejada na cabeça e o motorista morreu com disparos pelas costas.
Na última terça-feira (12), uma operação conjunta da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro prendeu dois suspeitos do assassinato Ronnie Lessa, sargento reformado da Polícia Militar, e Elcio Vieira, ex-policial que foi expulso da corporação.
Audiência pública
Pensando em aprofundar o significado da luta de Marielle Franco, a vereadora Fernanda Garcia fará uma audiência pública na Câmara Municipal, nessa quinta-feira.
Para contribuir com o debate, participarão da atividade:
– Maria Teresa Ferreira: Educadora Social, Militante da UNEGRO e Conselheira do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Sorocaba;
– Amarílis Costa: Advogada, mestranda em Humanidade, Direito
e outras legitimidades, Ativista de Direitos Humanos e Professora de Direito Penal;
– Raul Marcelo: Advogado, mestrando em economia e Deputado Estadual PSOL/SP.
Atos pelo Brasil
Uma série de atos em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e ao motorista Anderson Pedro Gomes foram organizados nesta quinta-feira no Rio de Janeiro e várias cidades do país e também no exterior.
O conjunto de protestos denominado “Amanhecer por Marielle e Anderson” ocorreu em mais de 20 pontos do Rio e deve contar com atos em outros estados e em cidades da América do Sul, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Europa.
Familiares pedem esclarecimento sobre mandante do crime
A necessidade de esclarecer os possíveis mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes manterá a cobrança sobre a Polícia Civil e o Ministério Público fluminense. O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), com quem Marielle trabalhou, destacou que ainda é preciso revelar a motivação do crime.
“Quem matou Marielle não foi apenas quem apertou o gatilho. Quem matou Marielle foi quem planejou a sua morte, foi quem desejou a sua morte, foi quem contratou, foi quem politicamente desejou eliminar Marielle. É muito importante para o país saber quem mandou matar Marielle, qual o objetivo político e qual a motivação”, disse Freixo.
A irmã da vereadora, Anielle Franco, considerou que as prisões desta semana são um grande passo, e o pai dela, Antônio Francisco da Silva, disse que sua angústia diminui um pouco.
A viúva de Anderson Gomes, Ághata Reis, ponderou que as prisões são só um começo. “O que aconteceu foi muito maior do que a gente poderia imaginar. É realmente um divisor de águas. A prisão desses dois é só um começo, um pontapé. Tem muita coisa ainda para ser descoberta, para que a gente ponha um ponto final no nosso sofrimento. Queremos descobrir o mais rápido se houve um mandante”
A viúva de Marielle, Mônica Benício, afirmou que a solução completa do caso é um dever do Estado com a sociedade, a democracia e os familiares das vítimas. “A gente tem que pensar que mais importante que prender mercenários é responder à questão mais urgente e necessária de todas, que é quem mandou matar a Marielle e qual foi a motivação para o crime. Espero não ter que aguardar mais um ano para ter essa resposta”, disse Mônica.