Atualizado às 10h09
O ex-secretário de Abastecimento e Nutrição da Prefeitura de Sorocaba, Alexandre Hugo de Morais, denunciado pela Corregedoria do Município por improbidade administrativa no caso do pagamento duplicado de merendas, volta a exercer cargo dentro do governo do prefeito José Crespo (DEM) a partir desta quinta-feira (1).
A nomeação ao cargo consta no Jornal do Município edição desta quarta-feira (31). Como Diretor de Área, seu salário será de R$ 9 mil. Ele trabalhará no regime de comissionado externo.
O Ipa Online entrou em contato com o ex-secretário. Ele afirmou ter sido chamado pelo prefeito para “auxiliá-lo nas ações do gabinete do prefeito”. É desconhecido se a nomeação será temporária ou não.
Morais chefiou a Seaban por cerca de sete meses, durante o primeiro secretariado de Crespo. Foi ouvido pela CPI da Merenda após vir à tona o escândalo do pagamento em duplicidade das merendas fornecidas às escolas municipais. O fato foi revelado no fim do ano passado por outro ex-secretário, Daniel Police, que constatou as irregularidades.
Quando o caso estourou, Morais chefiava a pasta de Secretaria de Igualdade e Assistência Social e acabou por pedir exoneração do cargo em meados de janeiro. À época, ele afirmou que sua saída visava “garantir mais liberdade para fazer sua defesa na investigação”. O ex-secretário sempre defendeu ter feito tudo “dentro dos parâmetros legais” e negou “má fé”.
O relatório da CPI da Merenda foi divulgado na íntegra pelo Ipa Online em 14 de agosto. Nele, a presidente da Comissão, vereadora Iara Bernardi (PT), concluiu que a falta de descontos dos gêneros alimentícios da agricultura familiar, que motivaram a criação da comissão, ocorria desde o ano de 2016, quando dois contratos emergenciais foram realizados com a empresa Apetece.
Ainda em maio deste ano, quando a Polícia Federal compareceu à Prefeitura de Sorocaba para cumprir mandados de busca e apreensão, Iara afirmou que contribuiria com a PF enviando o relatório da CPI da Merenda. Segundo ela, a Comissão forneceria os nomes de agentes públicos envolvidos no escândalo.