Autoridades europeias pediram, nessa quinta-feira (12), que se evite baixar a guarda diante da covid-19 e disseram que as medidas para controlar uma disparada de infecções precisam ser mantidas agora que o inverno se aproxima, apesar da esperança de que novas vacinas possam controlar a pandemia.
As informações são da Agência Brasil.
O anúncio feito pela Pfizer nesta semana sobre uma vacina potencialmente eficiente criou a expectativa de que o fim de meses de crise esteja à vista, fazendo os mercados financeiros decolarem e estimulando o anseio por um Natal quase normal.
Mas autoridades de saúde e líderes de toda a região pediram às pessoas que continuem obedecendo os lockdowns, já que ficou claro que as vacinas não chegarão cedo o suficiente para muitas vítimas da covid-19 e para economias em recessão.
"Seria irresponsável suavizar o lockdown agora", disse o primeiro-ministro francês, Jean Castex, em entrevista coletiva. Ele alertou que, apesar dos sinais de uma desaceleração nas infecções, os avanços são frágeis. A França tem o maior número de casos da Europa.
A Pfizer e sua parceira alemã BioNTech só conseguirão produzir vacinas suficientes para tratar 25 milhões de pessoas neste ano, isso se ela for aprovada - o número não chega nem perto do suficiente para amenizar a pressão do inverno nos sistemas de saúde.
Na Itália, que relatou 623 mortes na quarta-feira e ultrapassou 1 milhão de casos, e na Alemanha, que também viu as infecções voltarem a atingir níveis testemunhados no início da crise, autoridades disseram que qualquer volta à normalidade exigirá tempo.
"Realmente precisamos aguentar firme por mais um par de meses", disse Lothar Wieler, chefe do Instituto de Doenças Infecciosas Robert Koch, da Alemanha.
A situação dura enfrentada pela Itália na primeira onda da pandemia foi ressaltada por um vídeo publicado em redes sociais, que mostra um cadáver estendido no vaso sanitário de um hospital - aparentemente, o paciente morreu enquanto esperava por um exame.
Depois de obterem algum controle sobre a pandemia com lockdowns generalizados há alguns meses, governos de toda a região impuseram novas restrições para tentar conter uma nova leva de infecções, mas ainda não viram melhoras na escala necessária.
Depois que a euforia que se seguiu ao anúncio da Pfizer arrefeceu, as ações europeia recuaram de suas altas de oito meses, e dados econômicos ruins do Reino Unido aumentaram as dúvidas sobre a recuperação da queda brutal causada pelos primeiros lockdowns.