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Crespo termina reunião sobre caso do choque sem dar as caras à imprensa

Postado em: 04/11/2018

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Atualizado às 21h38

O Guarda Civil Municipal que atirou com arma de choque em uma paciente que reclamava da falta de atendimento no PA das Laranjeiras durante transmissão ao vivo pelo Facebook será afastado do Pronto Atendimento ao qual atuava por 30 dias, enquanto a Corregedoria da Corporação investiga o caso.

Nesta tarde de domingo (4) o prefeito de Sorocaba, José Crespo (DEM), convocou uma reunião extraordinária em seu gabinete no sexto andar do Palácio dos Tropeiros com todo seu secretariado para saber o que cada um dos secretários teria para dizer sobre o caso ocorrido neste último sábado (3). A reunião durou três horas e Crespo deixou o Paço sem falar e nem aparecer para a imprensa. A Secretária de Saúde, Marina Elaine Pereira, também estava presente e igualmente deixou a reunião sem falar com os jornalistas. Não foi autorizado fazer imagens da reunião.

Apesar da proibição do registro de fotos, a Agência Sorocaba publicou imagens da reunião. Confira:

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Foto: Agência Sorocaba
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Foto: Agência Sorocaba

Quem ficou a cargo de conversar com a imprensa foi o Secretário de Segurança e Defesa Civil, Jeferson Gonzaga, além do Secretário de Comunicação e Eventos, Eloy de Oliveira, que conversou rapidamente sobre todo o caso antes de uma rápida entrevista coletiva.

Segundo o Secretário de Segurança Pública, Jeferson Gonzaga, o guarda trabalhará em outras funções, como as administrativas, enquanto o caso é apurado e para que ele não sofra represálias da população. Há imagens de circuito interno do PA que devem ajudar no processo investigativo.

Gonzaga alegou que a munícipe, em tese, teria tentado tirar a arma do guarda no momento da confusão. “Seria isso que teria motivado o uso da arma de choque”, afirmou.

Assista

Apuração sobre os médicos

Outro processo aberto foi o de apuração sobre o que os quatro médicos que deveriam estar presentes no plantão no momento da confusão. Segundo Gonzaga, um deles estava no chamado ‘conforto médico’ descansando, enquanto outro almoçava. Um médico aparece nas filmagens de Célia Ramos e a chama de “louca”.

Já nesta segunda-feira (5) o Corregedor-geral do Município, Carlos Alberto de Lima Rocco, convocará todos os médicos e funcionários que estavam no plantão para depor a respeito da denúncia e vai também requerer todas as imagens do dia para análise.

O caso

Célia Ramos aguardava na unidade de saúde para ser atendida, por volta das 14 horas deste sábado, quando iniciou uma transmissão ao vivo pelo Facebook para reclamar da demora no atendimento. No vídeo, ela acessa as salas em que ficariam os médicos e mostra os locais vazios. Ela reclama que não há profissionais o suficiente para atender os pacientes que aguardam por atendimento. “Estou no P.A Laranjeiras passando super mal. Já me informei na frente. Era para ter quatro médicos de plantão. Já visitei todas as salas. Olha isso. Cadê os vereadores para verem uma coisa dessa? Um absurdo desse? Pessoas passando mal”, reclama.

Por volta dos 5 minutos do vídeo, um homem, provavelmente médico, aparece e a chama de “louca”. Em seguida, aparece um Guarda Civil Municipal. “A senhora está provocando”, afirma o guarda. “A senhora precisa procurar a prefeitura. Quem a senhora pensa que é para gritar?”, continua ele. Logo em seguida, ele aumenta o tom de voz e exige que ela desligue o celular. Ela recusa e então é atingida pela arma de choque e cai na sequência. A mulher chora de desespero afirmando que a arma acertou sua hérnia.

O caso foi registrado no Plantão Policial Norte.

Prefeitura registra boletim de ocorrência contra paciente

A Prefeitura de Sorocaba informou, nesta noite de sábado (3), que a Corregedoria Geral do Município instaurou processo investigativo para apurar as responsabilidades sobre o caso da paciente que levou tiro de arma de choque de um Guarda Civil Municipal no PA do Laranjeiras.

De acordo com a Secretaria de Segurança e Defesa Civil, responsável pela Guarda Civil Municipal, o guarda usou arma de choque para conter a cidadã porque ela estava gritando e fazendo transmissão de imagens sem autorização e porque desacatou o guarda.

Por conta da atitude da cidadã, a Secretaria de Segurança e Defesa Civil registrou boletim de ocorrência por resistência e desacato contra ela e o boletim também aponta uma ameaça feita ao guarda por um parente da cidadã no momento em que ela estava sendo contida.

Secretária vai ao PA e nega demora no atendimento

Em uma transmissão ao vivo pelo Facebook da Prefeitura de Sorocaba [esta deletada], a secretária de Saúde, Marina Elaine Pereira, tratou o caso como “isolado e lamentável” e ainda afirmou que o tempo médio de espera para este sábado era de 15 a 20 minutos. “Não tem tempo de espera absurdo, como às vezes ocorre em planos particulares”, defendeu-se. A chefe da pasta frisou ainda que havia quatro médicos atendendo o plantão, apesar de Céli ter mostrado salas vazias na unidade. Um médico que aparece no vídeo ao lado da secretária disse que, inclusive, estes médicos aparecem no vídeo gravado pela mulher que levou o choque.

Quem aparece no vídeo, também, é o médico que surge nas gravações de Célia chamando-a de “louca”. Para ele, o Guarda Municipal agiu “como deveria”. Ele alega que, no momento, ela “não teve a paciência de esperar 15 minutos”. “Nós, médicos, ficamos acuados com toda essa situação. Ficamos trancados no conforto médico esperando que ela se acalmasse. O Guarda Municipal interveio e agiu como deveria”, relatou.

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