Thais Bilenky, Daniela Lima e Thais Arbex, FOLHAPRESS
Em reunião fechada da executiva do PSDB, nesta terça-feira (9), em Brasília, Geraldo Alckmin enfrentou João Doria. Segundo relato de três diferentes fontes presentes ao encontro, Alckmin interrompeu Doria e disse que não era um traidor.
Alckmin reagiu no momento em que Doria cobrou uma reavaliação do partido.
À Folha de S.Paulo, na saída, Doria disse que a reunião terminou “em paz e sem ressentimentos”. “Não saio com nenhuma mágoa”, afirmou.
Candidato ao governo paulista, Doria está em uma ofensiva para tirar Alckmin do comando nacional do PSDB. O ex-prefeito disputa o governo paulista e quer tomar controle do partido, aproveitando-se da derrota de Alckmin na eleição presidencial.
Desde domingo, quando o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, aliado de Doria, defendeu que Alckmin deixe a presidência do PSDB, o grupo do candidato a governador se movimenta para enfraquecer adversários internos.
O diretório municipal expulsou Saulo de Castro, aliado de Alckmin, e Alberto Goldman, próximo a Serra. A executiva nacional desautorizou o ato.
Para encerrar a reunião, Alckmin citou Mario Covas. “Eleição a gente perde e a gente ganha, o importante é estar do lado certo.”
Ele afirmou que a derrota não foi apenas do PSDB, “a falência é da política”. Citou como exemplo a derrota de Paulo Skaf (MDB) na disputa pelo governo de São Paulo, no primeiro turno.
“O MDB é o partido mais forte do estado e não foi nem para o segundo turno. É um fenômeno atípico.”
Alckmin afirmou que “não há nada mais passageiro que momentos eleitorais. Temos que ter coerência”, cobrou.
Ele disse que foi a sétima assinatura da fundação do PSDB e que sua candidatura era para se distinguir da do PT e de Jair Bolsonaro (PSL). “Saímos para fazer a diferença.”
Presidente nacional do partido, Alckmin informou que o PSDB não apoiará nem o PT nem o Bolsonaro e os líderes estão liberados regionalmente.