Jovem Pan News
A defesa do senador Flávio Bolsonaro se pronunciou nesta quarta-feira, 4, sobre a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro contra ele, seu ex-assessor Fabrício Queiroz e outros 15 investigados no caso das “rachadinhas” pela prática dos crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita, ocorridos entre os anos de 2007 e 2018. Segundo nota, “denúncia já era esperada, mas não se sustenta”. Em outro trecho, a defesa do senador classifica a denúncia como “uma crônica macabra e mal engendrada”. Os advogados de Flávio afirmam acreditar que as peças processuais sequer sejam recebidas pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O senador também utilizou suas redes sociais para se pronunciar sobre o caso. “Não cometi nenhuma ilegalidade”, afirma.
“Dentre vícios processuais e erros de narrativa e matemáticos, a tese acusatória forjada contra o Senador Bolsonaro se mostra inviável, porque desprovida de qualquer indício de prova. Não passa de uma crônica macabra e mal engendrada”, diz a nota da defesa. “Todos os defeitos de forma e de fundo da denúncia serão pontuados e rebatidos em documento próprio, a ser protocolizado tao logo a defesa seja notificada para tanto.” Apesar de ser ajuizada em 19 de outubro, as peças processuais só foram entregues aos desembargadores na terça-feira, 03, com o retorno das atividades regulares do desembargador relator do caso. Em seu Instagram, Flávio afirmou que o MPRJ comete “comete série de erros bizarros em sua ‘denúncia´”. O senador, em seguida, cita os equívocos que acredita conter na queixa do MPRJ. “Quebra ilegal de sigilos e sem nenhum fundamento (pessoa que trabalhou 3 meses teve sigilo quebrado por 12 anos), “fishing expedition”, uso do COAF como órgão investigador, informalidade nas trocas de informações entre órgãos públicos, cálculo errado de evolução patrimonial, acusações mentirosas contra pessoas que trabalhavam, suspeita de uso de “senhas invisíveis” por criminosos dentro da Receita Federal para distorcer informações fiscais, sem falar no juízo incompetentemente que promoveu todas essas atrocidades e mais algumas”, acusa.
O texto acompanha imagem com os dizerem: “Chefe do MP do Rio flagrado dando informações sigilosas a jornalista da Globo“. O senador não acrescenta mais informações sobre a acusação ao chefe do Ministério Público do Rio. “Acredito que a denúncia sequer será aceita pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro”, finaliza o filho do presidente Jair Bolsonaro. Com a denúncia apresentada, Flávio será notificado para oferecer resposta no prazo de 15 dias. Junto com a notificação, serão entregues aos acusados cópias da denúncia, do despacho do relator e dos documentos indicados. A investigação do MPRJ começou em julho de 2018 depois que o extinto Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz. Durante a investigação, o MP quebrou o sigilo bancário e fiscal de 106 pessoas e empresas em abril de 2019, verificou provas de um esquema no qual assessores eram nomeados e tinham que devolver a maior parte de seus salários para Fabrício Queiroz, que repassava em transferências, depósitos e espécie ao senador Bolsonaro. A investigação apontou que Flavio utilizou, pelo menos, R$ 2,7 milhões em dinheiro vivo no esquema.
Em junho de 2020, Queiroz foi preso na casa do advogado de Flávio, Frederick Wassef, em Atibaia, no interior de São Paulo. Ele foi conduzido ao Rio de Janeiro para cumprir a prisão em Bangu, mas um habeas corpus do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, permitiu que ele permanecesse em prisão domiciliar em seu apartamento no bairro da Taquara, na zona oeste.