FOLHAPRESS
Ao assumir a presidência do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) disse na noite de sábado (2) que a Casa vai enfrentar as reformas e negou que haverá revanchismo com Renan Calheiros (MDB-AL), que abandonou a eleição e obteve apenas 5 votos.
“Espero e confio que possamos entregar esta Casa, ao fim deste biênio que se inicia, com o país retomando os trilhos do desenvolvimento e da prosperidade, enfrentando as reformas complexas que, com urgência, nosso país reclama”, afirmou Davi, acenando positivamente à agenda econômica do governo Jair Bolsonaro que o apoiou. Além da atuação explícita do ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil), o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente da República, declarou voto em Davi.
O novo presidente do Senado, fez um gesto de paz a Renan Calheiros, que deixou a eleição e a sessão acusando Davi de autoritarismo. Davi disse que Renan teria dele “o mesmo tratamento que todos os partidos devem ter”. “Não conduzirei um Senado com revanchismo”, afirmou, prometendo “pujante disposição para o diálogo” e “deferência”.
“Com os ânimos serenados e voltados ao bem comum, precisamos reunificar o Senado da República em torno do que lhe deve ser mais claro”, declarou. “Não tenho inimigos na política. A condição de adversário é passageira e permanentes são as instituições.”
O recém-empossado presidente do Senado também disse que acaba neste sábado o “segredismo” das votações secretas. “Esta será a derradeira sessão do segredismo, do conforto enganoso do voto secreto”, disse Davi.
O novo presidente do Senado falou que os senadores não devem temer as críticas das ruas, mas que elas devem ser ouvidas.
”Os anseios das ruas terão o protagonismo outrora deixado aos conchavos das elites partidárias assépticas ao interesse público”, disse ele. Prometeu também tratamento equânime aos senadores, afirmando que não haverá os de alto e os de baixo clero.
Em entrevista após a eleição, Davi disse que reunirá os líderes partidários na terça-feira (5) para discutir a formação de blocos e a distribuição do comando das comissões.
Ele afirmou também que mandará apurar a suspeita de fraude na eleição, quando apareceram 82 votos para 81 senadores.