Quinze dias após a divulgação de e-mails pelo ex-secretário de Comunicação e Eventos da Prefeitura de Sorocaba (Secom), Eloy de Oliveira, à Polícia Civil, na Operação Casa de Papel, dando conta de um grupo formado a mando do prefeito José Crespo (DEM), para executar ações na Internet, muita delas contendo ataques a perfis nas redes sociais, a Secom, sob orientação do próprio Crespo, tratou de dizer que o chamado Grupo Estratégico de Ações na Internet (Gedai) “não existe”.
A coordenação do Gedai, conforme aponta os e-mails divulgados por Eloy de Crespo, ficava a cargo da ‘voluntária’ Tatiane Pólis. Conforme a Secom, em nota ao Ipa Online, a ações desse grupo “não” eram feitas utilizando os equipamentos públicos municipais, como computadores e telefones.
A Secom diz, ainda, que “a voluntária [Taty Pólis] nunca exerceu nenhuma atividade de mando [na Prefeitura] e, portanto, sua atividade como a de centenas de outros voluntários não conflitavam com a atividade de nenhum servidor”.
“Mau elemento”
Logo após o vazamento dos e-mails por Eloy, Crespo gravou um vídeo chamando o ex-secretário de “mau elemento”.
Questionada pelo Ipa Online sobre o porquê o prefeito só se deu conta disso [de que Eloy era um “mau elemento” após assessorá-lo por três anos seguidos, de maio de 2016 a abril de 2019], a Secom disse que, “infelizmente, somente agora o prefeito se deu conta disso”.
O Ipa Online também questionou Crespo a respeito dos mais de 80 e-mails entregues por Eloy à Polícia Civil e se ele [o prefeito] não temia que assuntos de confiabilidade dele não viessem a público, indicando ações que poderiam incriminá-lo judicialmente. “Não. Todos os e-mails do prefeito possuem caráter republicano”, aferiu a Secom.