Durante coletiva de imprensa realizada pela CPI da Saúde nesta quinta-feira (27), os vereadores divulgaram a identificação de um esquema de laranjas atuando no Instituto Diretrizes, Organização Social (OS) que opera como gestora de das Unidades Pré-Hospitalares da Zona Oeste e Zona Norte. Ao menos três pessoas do Conselho Fiscal da OS não sabiam que faziam parte do instituto, e uma delas sequer sabe ler e assinar o próprio nome.
Os vereadores Hudson Pessini (Presidente) e a vereadora Iara Bernardi (Relatora) estiveram em Osasco no último dia 19/02, conversando com três pessoas que figuram no quadro de membros do Conselho Fiscal da Diretrizes, e todas disseram desconhecer o Instituto e negaram que fazem parte dele.
A CPI ainda não sabe toda a extensão desse esquema, mas tudo indica que ao menos o Conselho Fiscal foi composto por pessoas que tiveram seus dados pessoas expostos de alguma forma e esses dados foram usados a revelia do conhecimento delas, para compor um Conselho Fiscal que, na verdade, é incapaz de atuar para a finalidade estatutária.
Para a vereadora Iara Bernardi, esse é um dado crítico e aponta para a atuação de uma organização criminosa atuando na cidade. "Trata-se de fraude. Pessoas foram usadas à revelia de seu consentimento, para fazer parte de um esquema multimilionário, que burlou as regras das OSs e conquistou grandes contratos públicos na cidade", diz a parlamentar petista.
O Instituto Diretrizes possui um contrato com a Prefeitura para gerir as UPHs Zona Norte e Oeste por um valor mensal de R$ 5,2 milhões. O contrato celebrado entre Prefeitura e Diretrizes, em 10/01/2019 prevê um custo anual de R$ 63,2 milhões ao ano.