Com informações da FOLHAPRESS
Caminhoneiros fazem protesto contra o governador João Doria (PSDB), em rodovias da região de Sorocaba, nesta segunda-feira (1).
O grupo paralisou as atividades por volta da meia-noite desse último domingo (31) e, nessa manhã de segunda, se encontra reunido no posto "Trevão", na rodovia João Leme dos Santos, trecho próximo a Salto de Pirapora e também na rodovia Raimundo Antunes Soares, KM 100, estrada Sorocaba/Piedade, no posto "Maré Alta". As pistas não estão bloqueadas e o fluxo de veículos está normal. Não há registro de protesto na rodovia Raposo Tavares no trecho que abrange Sorocaba.
No ato, eles reivindicam a redução do ICMS (Circulação de Mercadorias e Serviços), óleo diesel, combustível, alimentos, tarifa do pedágio e contra o fechamento do comércio.
A paralisação ocorre em várias regiões do estado de São Paulo. Segundo a Artesp, o motorista que acessa a rodovia Castello Branco no sentido capital encontra tráfego lento em Itapevi, Jandira, na pista expressa, por conta de uma manifestação. As Faixas 1 e 2 estão liberadas e o trânsito está carregado entre os quilômetros 33 e 30. No sentido interior, a Castello Branco também tem morosidade do KM 27 ao 31.
Em um áudio que circulou entre caminhoneiros neste domingo (31), o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, diz não ser possível atender as reivindicações da categoria. A autenticidade da mensagem foi confirmada pela pasta em nota.
Entidades representantes dos motoristas planejam uma greve nesta segunda (1º).
Segundo o colunista do UOL Chico Alves, o ministro afirmou no áudio que os caminhoneiros precisam "desmamar" do governo, que os integrantes da categoria devem pensar como empresários e que há obstáculos econômicos agravados pela ação de prefeitos e governadores que "fecharam tudo" durante a pandemia.
Tarcísio disse também que suspeita de motivação política para a paralisação, por estar marcada para o mesmo dia da eleição dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, segundo Alves.
O áudio foi enviado a representantes da Associação dos Caminhoneiros e Condutores de Capão da Canoa (RS).
Em nota, o ministério da Infraestrutura afirma que na conversa o ministro "reafirmou o seu posicionamento em referência às ações setoriais adotadas pela pasta".
Ainda segundo a pasta, Tarcísio teria reforçado "a total abertura para o diálogo com todas as entidades que demonstram interesse em fazer parte da formulação da política pública", bem como sua posição "de não negociar com qualquer indicativo de paralisação ou locaute".
O ministério afirma também que Tarcísio manifestou sua opinião "sobre temas de interesse, como a tabela de frete e a necessidade de estimular a economia para ampliar o mercado do transporte rodoviário de cargas".
Após a divulgação do áudio, Tarcísio reafirmou em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo" que o governo espera uma adesão baixa ao movimento. O ministro disse que tem conversado com representantes do setor e que as empresas de transporte e os principais sindicatos trabalharão normalmente.
No sábado (30), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um novo apelo para que os caminhoneiros não entrem em greve. Ele disse ainda que a redução da PIS/Cofins do óleo diesel traria um impacto bilionário para os cofres públicos e que, para adotar essa medida, o governo precisa indicar de onde viria a compensação pela perda dos recursos.
O preço do combustível é um dos pontos que tem gerado insatisfação entre motoristas.