Jovem Pan News
O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta sexta-feira (10) Milton Ribeiro como novo ministro da Educação. A nomeação acontece após o Ministério da Educação ficar sem comando durante mais de 20 dias e já foi publicado no Diário Oficial da União (DOU). Em junho, Bolsonaro havia anunciado Carlos Decotelli para a pasta, mas ele sequer tomou posse. Após ser anunciado como um nome técnico para a Educação, surgiram ao menos quatro inconsistências envolvendo sua formação acadêmica, o que levou o governo a tornar sua nomeação sem efeito.
Milton Ribeiro é graduado em Direito e Teologia, doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Direito pelo Mackenzie. Ele também é pastor. Segundo Bolsonaro, Ribeiro já estava escolhido desde terça-feira (7). Na entrevista em que confirmou que havia sido diagnosticado com Covid-19, o presidente afirmou que estava conversando com um “nome de São Paulo” para assumir o cargo, mas não quis revelar que a pessoa em questão era Milton Ribeiro para a imprensa não “cair em cima dele”.
No último domingo, Renato Feder, secretário de Educação do Paraná, declinou do convite do presidente. Em uma publicação nas redes sociais, Feder agradeceu ao presidente, mas informou que continua à frente da Secretaria de Educação do Paraná. “Agradeço ao presidente Jair Bolsonaro, por quem tenho grande apreço, mas declino do convite recebido. Sigo com o projeto no Paraná, desejo sorte ao presidente e uma boa gestão no Ministério da Educação”, escreveu Feder. Ele era um dos nomes cotados para Pasta antes mesmo de Decotelli ser convidado.
Nesta quinta, o MEC anunciou as novas datas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano. O anúncio, no entanto, foi feito pelo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, durante coletiva de imprensa. A nova data foi definida após mais de quatro meses da suspensão da aulas em todo o Brasil por conta da pandemia do novo coronavírus. Durante a gestão de Abraham Weintruab, estudantes e organizações estudantis pressionavam o governo pelo adiamento da prova – inicialmente prevista para novembro. O tema chegou ao Congresso e, em maio, os senadores aprovaram o adiamento do principal exame para acesso ao ensino superior no Brasil e o texto seguiu para a Câmara dos Deputados.
Polêmicas da gestão Abraham Weintraub
No dia 18 de junho, o ex-ministro Abraham Weintraub – que havia substituído Ricardo Vélez Rodríguez, que ficou apenas três meses no comando da Pasta – anunciou que estava de saída do MEC. Na ocasião, afirmou que seria indicado para o cargo de diretor-executivo de um grupo do Banco Mundial, com sede em Washington. Ele é alvo do Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito das fake news e também investigado por suposta prática de racismo ao ironizar a China pelo Twitter. Dois dias depois, o assessor especial do presidente Arthur Weintraub afirmou em sua conta oficial no Twitter que Abraham havia chegado aos Estados Unidos. Só depois ele foi exonerado do MEC. Conhecido pelo tom beligerante nas redes sociais, Weintraub defendeu a prisão de ministro do STF durante reunião interministerial no dia 22 de abril. “Por mim eu colocava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”, disse o ex-ministro.