O ex-governador do estado de São Paulo, Márcio França (PSB), criticou o governo de João Doria (PSDB) e a forma como o tucano lida com a pandemia no estado.
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França, que se apresenta como pré-candidato às eleições 2022 para o governo de SP, foi entrevistado no Jornal da Manhã, da Jovem Pan Sorocaba, nesta manhã de segunda-feira (26). "Voltar a ser governador é sempre uma honra. Naturalmente, fica-se um pouco também a entender como você pode ajudar melhor", disse.
Já em grande parte da entrevista, França aproveitou para opinar e fazer críticas à gestão de Doria. "Ele não conhece as cidades. Duvido que ele fale com o prefeito de Tapiraí, nem com o prefeito de Sorocaba, ele não tem paciência", atacou. "Nós demos azar de pegar uma sequência de pessoas sem experiência em administração pública. Ele é bem-sucedido na administração privada. Traduzir isso para a pública é um erro. Ele simplesmente não sabe o que está fazendo", disparou. "Ele tem um prestígio ruim hoje no estado".
"São Paulo ser o epicentro [da covid] no Brasil é inaceitável. O estado está acostumado a ser locomotiva, não vagão. Por que está morrendo mais gente aqui? Alguma coisa ele [Doria] está fazendo errado", enfatizou. "Nada que São Paulo faça, se aceita que seja o 4º. São Paulo é o 5º em vacinação. Doria não tem capacidade para isso. Não sabe o que faz", criticou.
França relembrou o início da pandemia da covid assim que ela chegou a São Paulo. "Ele [Doria] simplesmente, naquela época, estava indo para a China. Ele estava em Xangai, ao lado do epicentro da doença, e acho que não viu as pessoas de máscara", ironizou. "Eu sugeri que fizessem quarentena já naquela época. Ao contrário disso, eles fizeram o carnaval de São Paulo, o maior da história. Exatamente o oposto que deveria ser feito. E, daí, aconteceu essa sequência de atrapalhadas. Briga com [o presidente Jair] Bolsonaro, briga com [o prefeito de São Paulo] Bruno Covas e as pessoas se sentem inseguras. Ninguém é irresponsável de achar que a doença não é nada".
Questionado pelo apresentador e diretor-presidente da Jovem Pan Sorocaba, Kiko Pagliato, sobre onde estaria a terceira via para a eleição presidencial em 2022, entre os candidatáveis Jair Bolsonaro e o ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva, França opinou que esse candidato seria Ciro Gomes. "Os outros candidatos, sejam eles Luciano Huck, [Sergio] Moro, [João] Doria, [Luiz Henrique] Mandetta [...]. Quando se divide vários pedacinhos, as duas bordas ficam mais fortes [referindo-se a Bolsonaro e Lula]. Se tem alguém que tem de ficar de fora do segundo turno, mais fácil o Bolsonaro que o Lula. Doria vai se agarrar nessa vacina, segurar a vacina. Vai dizer que é o Doria-tantan, o homem do Butantan".
Já sobre as eleições 2022, num contexto geral, França opinou: "ainda bem que temos eleição. Erramos e temos a chance de acertar. Democracia é bonita por isso".
Para finalizar a entrevista, questionado sobre o conselho que daria para Doria e Bolsonaro, o ex-governador respondeu: "Parem de brigar. Deixem a eleição para a data da eleição. Nesse instante, governem. Doria, ajude o Bolsonaro a ser orientado. Não adianta ficar trombando com ele. Imaginávamos que o Doria tivesse a capacidade de poder dar a luz. Ao contrário, ele colocou fogo na querosene. Lamentavelmente, vamos ter de trocar para dar um passo à frente por São Paulo".
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