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Trump diz que governadores devem prender os manifestantes ou vão parecer `babacas´

Jovem Pan News
Postado em: 01/06/2020

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Folhapress

Em meio a uma onda de protestos que se espalhou pelos Estados Unidos contra a violência policial e o racismo, o presidente Donald Trump incentivou nesta segunda (1º) os governadores do país a usarem táticas agressivas contra os manifestantes e disse que aqueles que não o fizerem vão parecer "babacas".

A declaração foi dada durante uma videoconferência entre o republicano e as próprias autoridades estaduais. A reunião foi fechada para jornalistas, mas a imprensa americana teve acesso ao áudio das falas do presidente.

"Vocês precisam dominar", disse ele diretamente aos governadores, de acordo com o jornal The New York Times. "Se vocês não dominarem, vocês estão perdendo seu tempo -eles [os manifestantes] vão passar por cima de vocês e vocês vão parecer um bando de babacas", continuou Trump.

"Vocês precisam prender pessoas e precisam julgar pessoas, e elas tem que ir para a prisão por um longo tempo".
Segundo a rede de TV CNN, o republicano voltou a culpar o que chama de "esquerda radical" pelos protestos.

"É um movimento. Se vocês não acabarem com isso, vai ficar cada vez pior. O único momento em que ele tem sucesso é quando vocês estão fracos, e a maioria de vocês está fraca", afirmou o republicano aos governadores, de acordo com a emissora.

Os atos começaram como manifestações pacíficas depois que um homem negro desarmado, George Floyd, morreu sufocado por um policial branco, que ajoelhou sobre o pescoço dele, no chão, em Minneapolis.

À medida que os protestos se alastraram pelo país, no entanto, inúmeros embates entre policiais e manifestantes foram registrados, e lojas, incendiadas e saqueadas.

A prisão do agora ex-policial Derek Chauvin na sexta-feira (29), sob acusação de homicídio, não é suficiente, na visão dos manifestantes. A expectativa é que os três policiais que assistiram à cena de Floyd sendo sufocado e não fizeram nada para evitar o assassinato recebam acusações em breve.

Nesta segunda-feira, a porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, disse que os EUA precisam de "lei e ordem". Em entrevista à Fox News, ela atribuiu a violência das manifestações a grupos antifascismo.

No domingo (31), Trump já tinha afirmado, no Twitter, que pretende classificar os antifascistas como uma organização terrorista. A mensagem foi republicada pelo presidente Jair Bolsonaro. No entanto, o antifascismo é uma posição política, não uma entidade ou partido.

O presidente americano também retuitou no fim de semana mensagem de um radialista conservador que afirmava: "Isso não vai parar até que as pessoas boas estejam dispostas a usar força esmagadora contra os bandidos".

Apesar da situação, a Casa Branca até o momento não tem planos de federalizar nem assumir o controle da Guarda Nacional, afirmou o conselheiro de segurança nacional, Robert O´Brien.

Na maior parte do domingo, as manifestações seguiram pacíficas, como, por exemplo, em uma marcha em Nova York. Houve, porém, já no fim da tarde, confrontos entre ativistas e agentes de segurança na Filadélfia, em Santa Monica e em San Diego.

Em Minneapolis, um caminhão-tanque avançou sobre ativistas, mas ninguém ficou ferido, segundo uma testemunha da agência de notícias Reuters. O motorista foi retirado do caminhão e espancado.

Em várias cidades, manifestantes quebraram vidros de lojas e atearam fogo a estabelecimentos, e a polícia usou balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Jornalistas e manifestantes pacíficos também foram alvos de policiais.

Na capital, Washington, a madrugada foi marcada por vários incêndios em carros, prédios e bandeiras americanas. Lojas foram saqueadas, e policiais confrontaram grupos de manifestantes com gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha.

A prefeita de Washington, Muriel Bowser, disse nesta segunda que a cidade está se preparando para "vários dias de manifestações". Além da capital, pelo menos 40 cidades americanas decretaram toques de recolher, o que não impediu milhares de manifestantes de voltarem às ruas em meio à pandemia do novo coronavírus.

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