04 de Maio de 2024
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Peça "Após Auschwitz", retrata a vida de sobrevivente do Holocausto e moradora de Sorocaba

Foto: Reprodução
Postado em: 18/01/2023

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O Teatro Municipal "Teotônio Vilela" receberá a peça interpretada pela atriz e bailarina Regina Fonseca e dirigida pelo premiado Herbert Bianchi no próximo dia 27, Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

 

 

No Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, 27 de janeiro, data dedicada a homenagear milhões de pessoas que foram torturadas e mortas nos campos de concentração comandados pela Alemanha Nazista, o Teatro Municipal "Teotônio Vilela" será palco da peça que fala sobre a história de uma moradora ilustre do bairro de Brigadeiro Tobias. As lembranças da imigrante russa Raissa Prelipko, serão contadas pela atriz e bailarina sorocabana Regina Fonseca, por intermédio da técnica de teatro inglesa verbatim.

 

 

"O teatro documentário é um tipo de teatro que exige um documento de pesquisa. E no caso do verbatim, o documento principal que usamos é o testemunho, é o depoimento, o relato da pessoa que viveu esta situação, que esteve no campo de concentração em Auschwitz, a dona Raissa", explica o diretor da peça, Herbert Bianchi, radicado na Hungria.

 

 

"A primeira vez que eu ouvi falar em verbatim foi em 2015 quando fui assistir a peça de teatro "Ao pé do ouvido", com direção do Zé Henrique de Paula. Essa peça trazia depoimentos de migrantes nordestinos que haviam se mudado para São Paulo e as histórias eram incríveis. Mas o que mais me chamou a atenção é que todos os atores usavam fones de ouvidos durante toda a apresentação. Fiquei sabendo que no outro dia iniciaria uma oficina de verbatim no Núcleo Experimental de Teatro e me inscrevi. Lá conheci o Herbert Bianchi. Fizemos um trabalho juntos sobre o universo da prostituição e eu tive a oportunidade de conhecer uma personagem muito importante, uma advogada que havia defendido uma garota de programa, ganhado a causa e resolveu abrir sua própria casa noturna, tratando essas moças como verdadeiras filhas. Montei um trabalho solo, retratando a história desta mulher. Um monólogo verbatim chamado "Como todo mundo". Após este desafio uma amiga jornalista, que havia assistido a peça, me falou sobre uma senhora sobrevivente do Holocausto. Resolvi entrevistá-la. Passei anos me empenhando neste trabalho e agora vocês poderão ouvir a história dela através das suas próprias palavras. O nome dela é Raissa Prelipko", explica Regina, que passou mais de 3 anos em pesquisa para a produção de "Após Auschwitz".

 

 

Para a Dona Raissa Prelipko a emoção é grande enquanto aguarda a estreia da peça que conta um pouco a sua história. "Depois de tantos anos olha onde eu cheguei! Estou perdendo o sono aguardando o grande dia. Gostaria que minha irmã estivesse viva para participar disso comigo. A minha expectativa é muito grande de poder assistir a minha história sendo passada agora como um filme para que eu e outras pessoas possam ver", finaliza a sobrevivente de Auschwitz.

 

 

O espetáculo "Após Auschwitz" conta com a parceria da Secretaria Municipal da Cultura de Sorocaba.

 

 

Sobre Raissa Prelipko

A russa Raissa Prelipko, de 85 anos, mora em Sorocaba há 28 anos, mas está no Brasil desde 1948. A família da idosa não era judia, mas ela foi levada por engano a Auschwitz, o maior campo de concentração da história, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Os documentos de Raissa foram perdidos na época e ela só foi libertada com as roupas do corpo.

 

 

Quando entrou no campo de Auschwitz, Raissa não entendia o que os alemães falavam. "A gente tinha piolho, não tomava banho e nem comia. Jogavam roupas para nós usarmos de judeus que já estavam mortos", se recorda.

 

 

Em 1944, depois de o exército alemão ter separado os judeus dentro do campo de concentração, Raissa, a irmã e a mãe foram libertadas. Ela é uma das poucas pessoas que sobreviveram ao Holocausto e moram hoje no Brasil.

 

 

 

Sobre Herbert Bianchi

O ator e diretor Herbert Bianchi nasceu em São Paulo e vive atualmente na Hungria. Dirigiu em 2017 a peça verbatim "Hotel Mariana", com os depoimentos de sobreviventes do rompimento da barragem de Mariana (MG), que foi indicada ao prêmio Shell na categoria Autor. Como diretor de cinema, recebeu em 2011 o "Prêmio Estímulo de Curta-Metragem", concedido pelo Governo do Estado De São Paulo com o curta-metragem "Estou a caminho".

 

 

Sobre Regina Fonseca

Atriz, bailarina, coreografa e diretora, Regina Fonseca fundou em 1991 a "Regina Fonseca Escola de Dança", em Sorocaba. A empreitada teve início com ensino de Ballet, de Jazz e de Sapateado. Anos mais tarde, a escola (que já foi premiada em inúmeros festivais) passou a incluir Dança do Ventre em seu currículo, sendo pioneira na criação de espetáculos apenas desse estilo. Fonseca dirigiu e encenou o primeiro monólogo verbatim montado no Brasil, chamado "Como todo mundo", que conta a história de uma advogada que lutou pela causa de uma prostituta e depois resolveu abrir a sua própria casa noturna. O espetáculo circulou nos últimos anos por Sorocaba, várias cidades da grande São Paulo em palcos do Sesi e Sesc, Escola Nacional de Teatro de Santo André, Teatro de Conteiner da Cia Mugunzá, sempre com sucesso de público e crítica.

 

 

Serviço

"Após Auschwitz"

Quando: Dia 27 de janeiro, às 20h.

Onde: Teatro Municipal Teotônio Vilela - Av. Eng. Carlos Reinaldo Mendes 3041 - Sorocaba

Valor: Preço: R$30,00 (os ingressos podem ser adquiridos antecipadamente através dos telefones 15 991062514 ou 15 991672169. Na bilheteria do teatro, serão vendidos a partir das 19hs do dia 27/01)

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