A Deputada estadual e presidente do Conselho de Ética da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), Maria Lúcia Amary (PSDB), falou que mais de 30 deputados estaduais entre direita, esquerda e centro, pedem a cassação de Arthur do Val (Podemos) de seu mandato legislativo. Ela ainda afirmou que o Brasil passou "vergonha internacional" após a fala do parlamentar, o qual disse frases sexistas sobre as ucranianas durante visita ao país, que é atacado pela Rússia.
No total, o estado de São Paulo possui 94 deputados estaduais.
Maria Lúcia foi entrevistada nesta terça-feira (8), no Jornal da Manhã da Jovem Pan Sorocaba.
Um áudio do parlamentar enviado a um grupo de amigos em aplicativo de troca de mensagens vazou na última sexta-feira. Conforme ele, as mulheres ucranianas "são fáceis, porque são pobres". Ele afirmou que esteve em viagem para cumprir ajuda humanitária. Do Val era pré-candidato ao governo de São Paulo nas eleições deste ano, mas retirou seu nome após a repercussão negativa do caso.
O Conselho de Ética inicia a análise do caso nesta semana. "Darei toda a celeridade necessária a esse caso para dar uma resposta à sociedade", explicou Maria Lúcia, que já recebeu diversos pedidos de cassação do mandato de Do Val. Conforme ela, nessa última segunda-feira (7), ela recebeu todas as representações de pedido de cassação, que já tiveram suas cópias distribuídas aos deputados membros do Conselho de Ética, assim como Arthur do Val.
Até o momento, já se somam nove pedidos individuais e três coletivos, totalizando 12, que abrangem mais de 30 deputados, sendo esses pedidos assinados por deputados de direita, centro e esquerda. "Isso mostra que homens e mulheres parlamentares, todos esperam uma resposta", completou a parlamentar. "Vamos apensar todos esses pedidos em um só, porque é objeto único", afirmou.
Assista
"Daremos também toda a celeridade ao processo para que não haja intercorrências que procrastinem o processo", afirmou. Na próxima semana, explicou a presidente do Conselho de Ética, já começa o período de cinco sessões legislativas, seguido por direito de defesa prévia de Arthur do Val, agendamento de reunião de julgar admissibilidade do processo e nomeação do relator para um parecer.
"Especialmente, no Dia da Mulher, ouvir esse áudio ainda nos choca. Apesar de precisar de isenção, ainda me manifesto, faço meu repúdio a esse ato. Foi uma vergonha internacional que o país passou através de um político. O reflexo desse comportamento e ver fotos e vídeos daquelas mulheres [ucranianas, na guerra], chorando, vendo crianças sozinhas, um país sofrendo tanto. É uma questão humanitária em relação às mulheres. Em uma guerra, as mulheres e crianças são as primeiras vítimas", opinou a parlamentar.
"Recebi mensagens não só do Brasil, mas também internacionais de movimentos de mulheres e da própria Ucrânia. A sociedade quer uma resposta rápida", pontuou.