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Doria faz primeira entrevista com bronca, seleção de perguntas e crítica a França

Postado em: 02/01/2019

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Artur Rodrigues e Guilherme Seto, FOLHAPRESS

A primeira entrevista coletiva de João Doria (PSDB) no cargo de governador de São Paulo, nesta quarta-feira (2), teve bronca na equipe de som, escolha dos veículos de imprensa que poderiam fazer perguntas e fortes críticas à herança deixada por Márcio França (PSB).

França foi vice de Geraldo Alckmin (PSDB) até abril passado, quando assumiu o governo e depois disputou a reeleição, sendo derrotado por Doria em disputa acirrada de segundo turno. Durante a campanha, França e Doria trocaram uma série de ataques.

Nesta quarta-feira, Doria e os secretários fizeram um balanço da situação encontrada nas principais áreas do governo. Uma das críticas mais pesadas de Doria em relação à França foi sobre o fato de ele ter saído do governo sem resolver a questão do reajuste da tarifa de transporte público, geralmente anunciado em conjunto pelo governo estadual (responsável por trens e metrô) e a Prefeitura de SP (que cuida dos ônibus).

“Não faltou presteza do [prefeito] Bruno Covas ou do governo de transição. Faltou foi coragem do ex-governador Márcio França de fazer o que outros governadores fizeram mesmo em final de mandato”, disse Doria.

Na semana passada, Covas anunciou sozinho o reajuste de R$ 4 para R$ 4,30. Doria diz que até esta quinta-feira (3) o assunto será resolvido.

Além desse ponto, segundo Rossieli Soares, secretário estadual de Educação, o início do ano letivo da rede paulista de ensino terá “prejuízo gigantesco”, porque a gestão anterior não assinou contratos para aquisição de parte do material didático e também do material de apoio pedagógico.

“Não tivemos contrato para aquisição de kit fundamental [de material didático]. O material pedagógico de apoio também não está contratado e não será distribuído. Não teremos tempo para distribuir”, disse.

Rossieli também citou lacuna de 8.500 professores na rede e queda nos indicadores nos últimos anos.

O vice de Doria e secretário de Governo, Rodrigo Garcia (DEM), destacou medidas de cortes de gastos e também cancelamentos de ações do governo França. Como exemplo, citou convênios que teriam sido assinados com “permissividade”.

Durante a entrevista, Doria manteve a regra que estabeleceu ainda na Prefeitura de São Paulo de permitir somente cinco perguntas, mas, desta vez, sem respeitar a ordem de inscrição. O tucano escolheu os jornalistas que poderiam perguntar a partir de uma lista maior.

A Folha de S.Paulo, por exemplo, fez uma pergunta, mas jornalistas dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo, que estavam ao lado do repórter e foram inscritas antes, não puderam questionar o governador. A situação ocorreu com outros jornalistas.

A entrevista coletiva terminou com Doria se negando a responder perguntas adicionais, em meio a reclamações de repórteres.

Durante a entrevista, Doria foi interrompido algumas vezes por microfonia. O tucano se irritou e deu uma bronca pública nos responsáveis pelo sistema de som. Disse que as coisas “têm que funcionar bem” no palácio e que, se até o momento elas estavam assim, falhando, teriam que melhorar.

Sobre Geraldo Alckmin (PSDB), Doria negou que tenha dirigido críticas a ele em seu discurso de posse nesta terça-feira (1º) quando disse que o Palácio dos Bandeirantes passaria a ser lugar de “trabalho”, e não mais de “romaria de prefeitos” e “cafezinhos”.

Doria disse que recebeu telefonema de Alckmin no dia da posse e justificou a ausência do presidente do PSDB ao dizer que o dia primeiro, às 9h, é um dia “muito inconveniente” e que Alckmin estava com a família.

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