O mês de novembro teve vários feriados e muitas viagens estendidas em finais de semana. Gastos extras em combustível e pedágios. Restaurantes, hotéis e passeios. O cartão de crédito que é apenas um plástico aceita tudo e com uma senha liberta às despesas, num simples apertar de teclas ou aproximação. Ouvi essas ponderações de quem passou por isso no feriado da Proclamação da República, 15 de novembro.
Agora, neste final de mês, a estratégia tem foco americana. Um nome em inglês que não significa nada para o brasileiro acabou sendo bem trabalhado em marketing nacional dos empresários lojistas e, deu certo!. Principalmente aos consumidores e às pessoas impulsivas de comprar.
Bastam os leitores abrirem os jornais impressos, jornais virtuais, folhetos, ouvir rádio ou assistir à televisão, que uma avalanche de ofertas enchem os olhos dos internautas e clientes. As redes sociais, então, se você entra no Google e pesquisa um item, na mesma sequência de segundos, aparecem no visor do seu celular, centenas de produtos semelhantes com ofertas ‘Black Friday’. A cor negra de fundo dessa promoção e as letras em amarelo são uma marca registrada dos marqueteiros.
Salve o seu bolso desse afogamento de dívidas de 10 a 24 meses do seu cartão antes de entrar mar adentro nas ondas do consumismo, me disse um amigo psicólogo. Será que você precisa mesmo de um novo televisor? Um novo celular? Aquela oferta tentadora de algo que você comprará e depois de abrir a embalagem ficará no seu guarda-roupa até o próximo ‘Black Friday’.
Quem trafegar pela Rua Álvaro Soares e ruas do centro de Sorocaba será engolido pelas faixas, balões e cartazes das portas das lojas com essa promoção. De sapatos, tênis a bolsas e capinhas de celulares, vale comprar tudo. Afinal, 50% de descontos não são todo dia que aparecem. Mas será que é verdade esse descontão?
Se o dono do comércio oferece 50 a 70% de desconto e ainda ganha lucro no produto tem um algo de errado na oferta ou na contabilidade, falou um consumidor calculista. Sei que muitas lojas exploram nos preços. Uma camiseta no shopping custa R$ 400,00. Na loja do bairro pertinho do shopping, vale R$ 50,00. Se for comprada na internet chega sem frete por R$ 40,00. Já fiz isso!
Este articulista não é contra a “Black Friday”. Pelo contrário, sou também publicitário e faço promoções aos clientes. Apenas como cidadão consciente, faço o alerta às pessoas para não se individarem desnecessariamente com produtos comprados por impulso. A escola dos filhos, alimentação da família, paz interior no dormir sem dívidas, merecem ser respeitadas. Se for comprar, prestigie o comércio varejista de Sorocaba, que tem tudo e o menor preço da região, me disse o diretor do Sincomércio e amigo, Wilson “Bidu”, da loja Bidu Casa e Acabamento.
A tradução do inglês Black Friday é “Sexta-Feira Preta”.
Vanderlei Testa, Jornalista e Publicitário escreve no jornal Ipanema