A festa julina de Sorocaba está chegando ao seu final neste dia 31 de julho. É a primeira vez que foi realizada na área do estacionamento do Paço municipal. Como moro perto, no alto da Boa Vista, passei pela frente da festa todos os dias do evento e pude presenciar a presença dos sorocabanos. A quantidade de veículos nos estacionamentos surpreendeu a expectativa dos organizadores que faturaram a R$ 20,00 cada carro, uma valiosa contribuição às entidades beneficentes. Também os R$ 5,00 dos ingressos de acesso multiplicados por mais de 200 mil pessoas que certamente foram à festa, engrossou o faturamento. Há entrada aos idosos e pessoas com deficiência sem a cobrança de ingresso. Entra aqui uma observação: a revista de segurança realizada no acesso ao parque é a meu ver, muito ostensiva. Os seguranças homens e mulheres apalpam pra valer os corpos dos visitantes. Bastaria um aparelho usado como detector de metais e pronto. Sem constranger ninguém, como presenciei idosos e mulheres sendo tocadas por mãos, dos pés a cabeça.   Fui ao interior do espaço da festa e fiquei observando os brinquedos do parque de diversão. Sempre lotados de jovens a procura de emoções fortes, senti naqueles malucos brinquedos giratórios nas alturas, o que significa pagar para sofrer. Os gritos de pavor da altura e dos movimentos no ar davam exatamente essa sensação de medo dos usuários dos brinquedos. Como todo bom parque de diversão há também os equipamentos para crianças e pessoas da terceira idade. Ou seja, carrossel e roda gigante. Chamou a atenção às barracas do parque com tiro ao alvo nos bichinhos de pelúcia e outros brindes manjados que caem das prateleiras. A pessoa mira, olha no alvo e quando sai o tiro, o projétil nunca acerta. Parece até jogador de futebol quando chuta a bola no pênalti e manda a pelota nas alturas. Desta vez tinha um quiosque onde a pessoa dá um chute de bola por R$ 10,00 para derrubar cinco latinhas. Há uma distância de uns 4 metros, onde o interessado dá um bico na bola e não consegue com facilidade o prêmio de R$ 50,00 prometidos a quem derrubar as latas vazias de refrigerantes.

Andando pelas barracas das obras assistenciais, parei em algumas para apreciar o cardápio. É claro, experimentei o lanche de pernil e uma sopa de cebola, que por sinal, estava sem sal e tempero e sem gosto da dita cuja cebola. Custou R$ 25,00 e deixei quase tudo no isopor que servia o caldo. Já o lanche da paróquia São José Operário estava delicioso e suculento. Valeu os R$ 20,00. Como sobremesa, uma cocada de coco queimado numa banca do parque, adoçou a noite. Também os R$ 8,00 foi bem gasto. Outra atração da festa julina que nunca tinha visto nesse tipo de evento foi a barraca de frutas frescas. Destoava da imagem no parque ver esse comércio. Mas parei para apreciar a dupla de moranguinho com tâmaras. Estava gostoso e recomendo ainda para quem vai à festa- R$ 9,00 cada 100 gramas.

Sinal dos tempos em mudanças de ofertas ao público numa festa julina, foi o que vi em três barracas. Parei até para pensar se era verdade o que os meus olhos enxergavam. Uma tenda de venda de planos funerários. Opa! Isso mesmo que você leu. A família vai se divertir e dá de cara com esse tipo de oferta aos futuros falecidos, ou seja, a quem estava na festa. Difícil de entender esse marketing fúnebre nesse local. Também em outra tenda, um plantão de vendas de apartamentos. Espera aí! Será que eu estava mesmo num evento de diversão ou em uma feira de negócios? Enfim, para faturar na terceirização de espaço vale tudo aos organizadores contratados pela prefeitura. Isso sem contar para finalizar, que há vários “Food Truck”, competindo com as barracas beneficentes das entidades de Sorocaba.

O espaço do show e os ingressos com valores específicos a cada dia deram o toque de grandeza de participação popular. Música e faturamento combinam e alegram a quem investiu no evento. Para encerrar, parabéns a Polícia Militar e Guarda Municipal pelo trabalho nessa festa, possibilitando segurança às famílias.

Vanderlei Testa ( artigovanderleitesta@gmail.com)Jornalista e Publicitário escreve no jornal Ipanema