O Ministério Público de São Paulo denuncia cinco vereadores da cidade de Iacanga, localizada a 300 quilômetros de Sorocaba, por improbidade administrativa. De acordo com a denúncia, os parlamentares teriam gasto dinheiro público para pagar a conta em um prostíbulo de luxo localizado em Pinheiros, na capital paulista.
O inquérito foi instaurado em agosto e no início de outubro tornou-se ação civil. O MP sugere a condenação de cada parlamentar ao pagamento do valor de R$ 20 mil a título de dano moral coletivo, a ser revertido aos cofres públicos de Iacanga.
De acordo com o documento do MP, os vereadores Vagner Rodrigo Crepaldi (PSB), Dorival Lupiano de Assis (PR), Dorival Ferreira Campos Filho (PSB), Leonel Roma (PV) e Rafael Giovani Delaporta Sedemak (Solidariedade) são os denunciados no caso.
O Ipa Online contatou a Câmara de Iacanga para pedir posicionamento dos vereadores citados na denúncia.
Consta na denúncia que, no dia 13 de junho de 2018, os vereadores Dorival Assis, Vagner e Rafael foram à capital paulista em “missão oficial”. Para a viagem, receberam o valor de R$ 1.500 a título de adiantamento das despesas. Ao retornar, apresentaram uma nota fiscal no valor de R$ 370 de uma conta. Ao investigar o CNPJ da empresa, foi descoberto que, na verdade, tratava-se de um bar e restaurante de luxo, com “forte apelo erótico”.
Entretanto, esta não foi a primeira vez que o fato aconteceu. Ano passado, mais especificamente dia 27 de junho, os também vereadores Dorival Ferreira, Vagner e Leonel foram à cidade de São Paulo para igualmente uma “missão especial”, no qual teriam compromissos junto à Assembleia Legislativa do Estado. Por isso, fizeram inclusive uso de veículo da Câmara de Vereadores e todas as despesas foram custeadas pelo Legislativo local. Na prestação de contas, apresentaram um comprovante de despesa no valor de R$ 340 do estabelecimento comercial. O CNPJ da nota de serviços também constava como sendo a casa de luxo.
No Google, o estabelecimento se apresenta como “͒sofisticado, com a presença de moças com vestimentas sensuais”, descreve o MP. Inclusive, este mesmo local já havia sido investigado por suspeita de exploração de prostituição.
O MP cita que os vereadores “tiveram a ousadia de gastar dinheiro público em local que, para ficar apenas num termo mais polido, é predominantemente destinado à satisfação da lascívia”.