Jovem Pan News
A nova nota de R$ 200 foi apresentada pelo Banco Central (BC) e já começa a entrar em circulação nesta quarta-feira, 2. A cédula possui as cores cinza e sépia, e é estampada pelo lobo-guará. Até dezembro, a Casa da Moeda produzirá 450 milhões de unidades, totalizando R$ 90 bilhões. O BC investirá aproximadamente R$ 113 milhões na fabricação da nova cédula, além de 170 milhões de unidades do exemplar de R$ 100. A cédula com valor mais alto foi lançada para garantir a distribuição de dinheiro por causa do crescimento da demanda em meio à pandemia do novo coronavírus.
Segundo Roberto Campos Neto, presidente do BC, o lançamento da nova cédula estava em estudo desde 2010. “O momento singular que estamos vivendo trouxe diversos desafios, um deles foi a demanda por dinheiro em espécie. Em momento de incerteza é natural que pessoas busquem garantia em reserva de dinheiro. Como estamos vivendo momento sem precedentes, não há como prever se a demanda por dinheiro em espécie continuará aumentando, ou por quanto tempo. A necessidade se mostrou o momento ideal”, disse. O lançamento de novas cédulas é uma estratégia do Banco Central em diminuir o custo com a impressão de papel-moeda.
O dinheiro em papel é o principal meio de transação financeira no país. Segundo o Banco Central, havia a possibilidade de faltar notas com a liberação do auxílio emergencial e a falta de circulação de valores por conta do fechamento do comércio em meio à pandemia. Pelas contas do BC, será necessário a impressão de R$ 105,9 bilhões para suprir a demanda gerada pela crise da Covid-19. Antes, a Casa da Moeda estava programa da imprimir R$ 64 bilhões em dinheiro-vivo. “Em abril, o Banco Central criou um estoque de segurança e antecipou a encomenda de cédulas para a Casa da Moeda. Seria preciso o maior volume financeiro no menor espaço de tempo, e a confecção desses valores em notas de R$ 100 não seria factível”, afirmou Carolina de Assis Barros, diretora de administração do BC.
A nova cédula de R$ 200 apresenta as mesmas características das outras nota da família do real, como marca d’água, partes em relevo e mudança de cor do numeral dependendo do posicionamento da nota. O exemplar de R$ de 200 terá o mesmo tamanho da nota de R$ 20. O Banco Central também lançou nesta quarta-feira uma campanha para conscientização da população sobre o novo valor e das características de segurança. A peça publicitária custou R$ 20 milhões para ser produzida e será veiculada até o dia 28 de setembro.
O lobo-guará foi o terceiro colocado em uma pesquisa pública realizada pelo BC em 2001 para escolher novos animais para as notas brasileiras. À época, a tartaruga marinha venceu a disputa e passou a estampar as notas de R$ 2, o mico-leão-dourado ficou na segunda colocação e foi escalado para representar a nota de R$ 20. Esta é a sétima nota da família do real desde a criação do plano, em 1994, e a primeira a ser lançada nos último 18 anos — a última foi a nota de R$ 20, em 2002. Um ano antes, o Banco Central lançou a cédula de R$ 2, e em 2005 tirou de circulação as notas de R$ 1. O BC ainda lançou em 24 de abril de 2000 uma versão em plástico da nota de R$ 10, em comemoração aos 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil. A cédula começou a ser retirada de circulação a partir de 2006.