Ricardo Della Coletta e Daniel Carvalho, da Folhapress
O ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD), anunciou nesta quinta-feira (15) que contraiu o novo coronavírus, tornando-se o 11º auxiliar do primeiro escalão do governo Jair Bolsonaro a ser infectado. O anúncio foi feito pelo próprio ministro, em vídeo publicado em suas redes sociais.
Segundo contou, ele participou de um jantar na semana passada após o qual alguns participantes passaram a testar positivo para a doença.
Faria fez referência a um jantar, na casa do ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Bruno Dantas, que marcou a reconciliação do ministro Paulo Guedes (Economia) e o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Na ocasião, o titular das Comunicações apareceu sem máscara durante uma entrevista para anunciar o entendimento.
Na quarta-feira (14), Faria esteve no Palácio do Planalto para entregar ao ministro Jorge Oliveira (Secretaria-Geral) o projeto de privatização dos Correios. Logo em seguida, sem máscara, conversou com os jornalistas.
Ainda de acordo com Faria, ele vinha fazendo exames de controle "quase que semanais", mas reforçou o monitoramento após as notícias de infectados que participaram do jantar.
Ele diz ainda que passou a sentir sintomas (estado febril e dor de cabeça) ao voltar para casa na quarta, quando decidiu realizar novos exames. Embora tanto o teste rápido e o de sangue não tenham detectado o vírus, o PCR identificou a doença, explicou.
"Quero dizer a vocês que estou muito bem, saúde boa. A dor de cabeça já foi embora", afirmou Faria, que disse ainda estar sem outros sintomas no momento e que permanecerá despachando em isolamento.
A exemplo de outros auxiliares de Bolsonaro que contraíram a Covid-19, Faria disse que já iniciou um tratamento com cloroquina, medicina sem eficácia comprovada para o coronavírus e relacionada a efeitos colaterais.
Ele afirmou ainda estar tomando azitromicina, além de um corticoide e anticoagulante.
Ao todo, 11 dos 23 ministros da atual gestão contraíram a doença, incluindo todos os auxiliares do primeiro escalão que despacham no Palácio do Planalto. O próprio presidente também esteve infectado, mas se recuperou sem relatar maiores sintomas.
A pandemia da doença não terminou, mas, em Brasília, autoridades retomaram solenidades e cerimônias. A posse do novo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, por exemplo, no mês passado, deixou sete autoridades contaminadas.