Por Osmeire Tobias
A família continua a ser o primeiro grupo de vital importância para que o ser humano se relacione bem nas funções biológica e social. A família pode, na maioria dos casos, ser o núcleo gerador de pessoas saudáveis, emocionalmente estáveis, felizes e equilibradas, ou gerador de inseguranças, desequilíbrios e toda sorte de desvio de comportamento.
O assunto é complexo e extenso e é sempre válida uma reflexão. Quando temos a possibilidade de um diálogo em família, podemos construir uma ideia com possíveis estratégias de relacionamentos mais saudáveis e de maior qualidade.
É necessário existir a compreensão de que um ser humano digno precisa ter saúde mental, respeito, afeto, paz e, para tanto, a reavaliação das relações familiares é importante. Ao que entendemos, talvez, a maior dificuldade da família atual seja a falta de intimidade entre os membros, pela ausência de “rotinas mais próximas”. Também temos o uso prolongado das tecnologias que nos facilitam a vida no mundo digital, mas que de certa forma terminam por nos afastar do convívio físico e real com a nossa família.
Antigamente as famílias podiam e zelavam para realizar as refeições juntas, sentavam e conversam à noite, a mãe ainda permanecia mais tempo em casa e também exercia um papel de favorecer a aproximação com o pai que permanecia mais tempo fora de casa. Ela fazia “uma ponte” entre pais e filhos.
O nosso modo de vida “On Demand”
Nos tempos modernos, nos quais as pessoas discutem sobre tecnologia e mercado de trabalho, e aqui não me faço contra o progresso, a questão é reavaliar como tirar o que há de melhor na atualidade, aprimorando a comunicação entre familiares. Em muitos lares existem pessoas isoladas em cômodos, conectadas ao mundo digital, onde ninguém pode perder um “capítulo de nada” e muitas pessoas deixam para trás o diálogo, o aconchego familiar e a transmissão de valores e princípios.
O mercado de trabalho passa por alterações e os pais estão cada vez mais preocupados em proporcionar melhores oportunidades dentro das casas, esquecendo que os filhos também precisam deles como amigos. As mães têm estado ausentes e muito do âmbito familiar, por conta do modo de vida vigente. E muitas vezes essa ausência dos pais (Pais e Mães), acaba sendo erroneamente compensada com presentes e facilidades aos filhos, criando um outro tipo de problema ainda maior.
Filhos jovens desconectados do convívio familiar, acabam sendo absorvidos pelo individualismo do coletivo digital, experimentando de problemas decorrentes do choque entre a vida virtual e a real.
A questão é como podemos nos adaptar a essa nova rotina, ao modo de vida que temos e ainda promover a qualidade do relacionamento familiar, não permitindo que pais e filhos se tornem estranhos.
Uma dica é ampliar a qualidade do tempo que todos têm juntos, apesar do cansaço e estresse; que mães e pais possam criar uma estratégia e possam se revezar para, inclusive, descansarem, porém sem deixar os filhos de lado ao mesmo tempo em que os estimulam e os conscientizam sobre a importância de estar juntos em família.
Osmeire Tobias é Psicóloga, Coaching, Terapeuta Sexual e de Família – CRP 06/55730-0
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