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Presidente do BNDES diz em Nova York: Brasil terá um crescimento resiliente, mas de longo prazo

Postado em: 17/09/2019

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Marina DiasFOLHAPRESS

Em discurso a empresários, em Nova York, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano afirmou nesta terça-feira (17) que o Brasil terá “crescimento resiliente, mas de longo prazo”. O executivo do banco público foi aos Estados Unidos com a missão de mobilizar a atenção de investidores em diversos setores, principalmente nos de saneamento e infraestrutura.

Montezano admitiu para a plateia que não espera um pico de crescimento da economia brasileira, mas afirmou que a agenda liberal do ministro Paulo Guedes (Economia) está avançando no Congresso de forma “rápida” e “acima das expectativas”, e que isso vai garantir que o país melhore seus índices nos próximos anos. “Não esperamos que o crescimento chegue a seu pico. Vamos ter subidas, mas esperamos que esse crescimento seja resiliente, passo a passo, de longo prazo. Os mercados já estão reagindo”, afirmou o executivo durante a 10th LatAm CEO Conference.

Montezano aproveitou quase uma hora de exposição para tentar reforçar a ideia de que, durante o governo Jair Bolsonaro, o BNDES não quer competir com outros bancos de investimento, e não vai se dedicar a oferecer mais empréstimos, mas focar suas atividades em iniciativas que buscam o desenvolvimento para o país.

“O BNDES ficou egocêntrico achando que seu papel era emprestar, mas seu papel é desenvolver […] Fazer investimentos especulativos não é missão do banco de desenvolvimento. Devemos usar esse tempo para investir em saneamento”, declarou. Segundo ele, o banco pode ajudar os estados a acelerar seus processos de privatizações e, assim, melhorar seus déficits nas contas públicas.

Entre as concessões, disse que a Eletrobras é a “próxima agenda relevante” no Legislativo, que privatizar os Correios seria “mais complexo, o que demandaria mais análise” e que o BNDES pode atuar para destravar trâmites como os da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro), via concessão ou PPP (Parceria Público Privada).

O discurso é direcionado a investidores americanos, que têm adiado suas apostas no Brasil diante do baixo crescimento econômico e do pouco estímulo fiscal oferecido hoje pelo país. As previsões do PIB (Produto Interno Bruto), abaixo de 1% para este ano, atreladas à queda de produtividade e a taxas de juros menos atraente para o capital estrangeiro desanimaram os donos do dinheiro.

Analistas que participaram do evento em Nova York acreditam que o cenário de possível recessão global – estimulado pela guerra fiscal entre EUA e China – fizeram com que investidores escolhessem opções menos imediatas de investimento quando se trata de Brasil e, nesse sentido, infraestrutura é um dos setores preferenciais.

Rogério Pessoa, sócio do BTG Pactual responsável pela área de gestão de patrimônio, fala em “crescimento moderado” nos próximos anos e diz que o dinheiro vai “se mover lentamente.” “Os investidores entenderam que esse é um cenário que vai ficar. Os mais sofisticados têm interesse de mais longo prazo.”

Já Mariana Oiticica, que comanda a área de planejamento de patrimônio do BTG, destaca a necessidade da reforma tributária para facilitar a área fiscal. Em sua fala nesta terça, Montezano fez coro à mesma tese e disse que “o sistema fiscal pode amedrontar” quem quer investir no Brasil, mas que a reforma tributária -que ainda precisa ser apreciada pelo Congresso- vai desanuviar o cenário.

Ele foi questionado pelo moderador do debate, Eduardo Guardia, sobre como o Brasil cresceria e de qual setor viria esse crescimento. “Construção, não apenas o imobiliário, mas infraestrutura”, reforçou.

O ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) também está em Nova York em rodada de conversas com investidores. Montezano falou que um dos objetivos do ministro nos encontros era saber “se há apetite” dos estrangeiros em concessões de ferrovias, por exemplo.

O presidente do BNDES foi perguntado sobre quais as ações do governo diante da crise da Amazônia – com repercussão internacional devido ao aumento do desmatamento e das queimadas na região este ano. Ele disse que a pergunta era sensível e se ateve a dizer que o banco administra o fundo para a preservação da floresta.

Para ele, é possível “fazer do limão uma limonada” e aumentar o escopo e o tamanho do fundo. “Há demanda para manter esses fundos e ter até mais. Há crítica construtiva de que os fundos podem ser melhor utilizados e nós, como provedores do serviço, gostaríamos de manter esse ativo.”

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