Marcel Rizzo, FOLHAPRESS
Um prédio residencial desabou, na manhã desta terça-feira (15), em Fortaleza. Uma morte foi confirmada, segundo o Corpo de Bombeiros, e sete pessoas foram resgatadas. Há dez pessoas desaparecidas.
Além da pessoa que morreu - cujo nome não foi revelado -, os sobreviventes foram levados ao IJF (Instituto José Frota).
O edifício, de sete andares, fica na esquina entre as ruas Tibúrcio Cavalcanti e Tomás Acioli, no bairro Dionísio Torres, zona nobre da capital cearense.
De acordo com os bombeiros, de 10 a 15 pessoas poderiam estar sob os escombros e vizinhos relataram que viram algumas pessoas deixando o local correndo após o ocorrido. O desabamento ocorreu por volta das 10h30.
Um estabelecimento comercial ao lado foi atingido pelos escombros, além de carros e um caminhão que estavam na rua - um homem que ficou preso no mercadinho atingido foi resgatado e encaminhado a um hospital.
As ruas no entorno foram bloqueadas pela polícia. O Corpo de Bombeiros pediu para que vizinhos deixassem seus imóveis, devido aos riscos de explosão por conta de vazamento de gás e de choque dos fios de energia elétrica.
Os familiares estão sendo levados para uma casa próxima quando chegam ao local do desabamento. Todos estão concentrados no imóvel à espera de informações, com acompanhamento de psicólogos.
Helicópteros foram levados para a região para deslocamento mais rápido de outros moradores feridos, assim como ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Ainda não há informação do que pode ter causado a queda do prédio, que fica a três quilômetros da praia de Iracema, um dos tradicionais pontos turísticos da capital cearense.
O governador Camilo Santana (PT) lamentou a tragédia e disse por meio das redes sociais que colocou toda a força operacional do estado no socorro às vítimas. O petista, que estava chegando a Brasília para cumprir agendas, cancelou os encontros e voltará para Fortaleza para acompanhar o resgate. "Além das ações efetivas das nossas forças de segurança, façamos uma corrente de oração para que as vidas sejam salvas", escreveu.
PRÉDIO DA DÉCADA DE 90
A construção do edifício que desabou é dos anos 1990, segundo a Prefeitura de Fortaleza. O prefeito Roberto Cláudio (PDT) disse que irá pedir uma investigação rígida das causas e acompanhará o caso pessoalmente.
"A única informação que temos até o momento é que era um prédio antigo, mas não temos nenhuma informação específica a respeito de licença, de alvará, de habite-se. Tudo ainda na fase da especulação. Isso é outra fase, agora é concentração de esforços para resgatar as vítimas que ainda se encontram nos escombros", afirmou.
No início de junho, um prédio no bairro Maraponga teve desabamento parcial, depois da queda das colunas de sustentação - o que levou a retirada de moradores do local e a evacuação de casas vizinhas. A Polícia Civil do Ceará indiciou os proprietários do local pelos crimes de desabamento e dano qualificado, duas semanas atrás.
"Tudo agora é especulação, não temos nenhuma informação a dar. São imóveis ambos privados, no caso da Maraponga havia uma responsabilidade direta do proprietário que construiu sem licença, sem alvará, cometeu irregularidades que foram identificadas. A gente conseguiu identificar a responsabilidade. Seria agora pouco razoável, precoce e até irresponsável a gente sinalizar cenários de especulação", disse o prefeito.
O resgate é feito por homens da defesa civil e dos bombeiros. A todo momento eles gritam pedindo para que, dos escombros, pessoas debaixo gritem caso estejam ouvindo. Ao redor dos escombros é pedido silêncio a todo momento para tentar ouvir as vítimas. Cães farejadores também ajudam na busca e enfermeiros voluntários se apresentaram no local. Comércio local também ajuda enviando mantimentos, como água, para as pessoas que estão ajudando nas buscas.
Colaboraram Dhiego Maia e Fernanda Canofre